O que fazer diante da tática da direita?

A direita já estabeleceu abertamente a sua tática: a teoria do caos, cuja essência é inspirada no princípio da propaganda nazista de que “uma mentira repetida mil vezes acaba virando verdade”.

Por essa tática, recorrentemente utilizada por ela, toda e qualquer conquista do governo Dilma deve ser negada, relativizada ou grosseiramente manipulada, para que não surta o efeito natural de ampliar a popularidade do governo. A forma como a direita e seus instrumentos de comunicação trataram a divulgação de que o Brasil tem a menor taxa de desemprego de nossa história reflete de forma inquestionável o conteúdo dessa tática.

A direita não está preocupada com a verdade, nem com o país e tampouco com a sorte dos milhões de brasileiros assalariados que dependem do “sucesso” do Brasil para que, de forma honrada, possam almejar viver um pouco melhor. A única preocupação da direita é com os seus agiotas oficiais e seus patrões americanos, cada vez mais incomodados com a “rebeldia” que viceja nas repúblicas latinas americanas, outrora seus quintais administrados por gorilas fardados ou a paisana a seu serviço. Por isso a direita não vai parar. Ao contrário, vai radicalizar crescentemente a sua tática do caos.

O que fazer?

O mundo acadêmico erudito e, principalmente, o “mundo” das forças revolucionárias e progressistas de todo o planeta conhecem muito bem o clássico O que Fazer? escrito pelo líder da 1ª revolução socialista do planeta – nosso camarada Vladimir Ilitch Ulianov Lênin – como resposta teórica dos comunistas russos ao impasse em que vivia a sociedade russa antes da revolução bolchevique de 1917.

Nessa obra, escrita por volta de 1901/1902, Lênin estabelece as bases programáticas e organizativas do Partido que ele entendia apropriado para dirigir a revolução e construir o socialismo, nas condições históricas da Rússia do início do século 20.

O grande ensinamento dessa obra, portanto, não é o seu arcabouço teórico e nem mesmo as orientações precisas para o impasse da Rússia de então. Sua maior contribuição é demonstrar, metodologicamente, de que para cada momento, para cada fato especifico, é necessário uma resposta também especifica e que seja, preferencialmente, original.

Assim, o desafio das forças de esquerda, não é apenas demonstrar que o governo Dilma é superior em todos os fundamentos democráticos e populares aos governos de direita que até então governaram o Brasil. Nosso desafio não é nem mesmo demonstrar que a direita é fascista, antipovo e serviçal dos americanos. Isso a maioria do povo já sabe, tanto que não lhe permitiu depor o presidente Lula, quando ela contra ele investiu de forma insana.
O nosso desafio central é deixar, cada vez mais claro, as nossas diferenças e, principalmente, quais os benefícios e vantagens que o povo tem entre um governo progressista e um governo de direita. É preciso elaborar uma pauta cada vez mais progressista, cada vez mais consentânea com os anseios do povo, que sinalize de forma inequívoca a opção por uma nova sociedade. Uma sociedade sem fome, sem miséria, sem corrupção, sem exploradores. Uma sociedade onde a terra de fato seja para uso de quem efetivamente produz alimentos e riqueza material e não para os especuladores como hoje acontece. Uma sociedade onde a riqueza material deixe de ser um privilégio exclusivo da direita e finalmente chegue as amplas camadas de assalariados. Essa nova sociedade, plena de liberdade e de esperança, é a sociedade socialista.

Nesse momento O que fazer? responde pelo nome de progresso, avanço, radicalização para a esquerda e não contemporização com práticas e métodos cultuados pela direita. Não é o jeitinho, e sim a explicitação de uma solução progressista, a resposta adequada para o impasse que a direita procura estabelecer.

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