A liberdade é negra

 

Tua mão percebo em tudo que vejo
Prédios, pontes, parques, praças
Em larga escala
Tua mão está presente
Mas não construístes apenas concreto
Erguestes a própria liberdade
E nela também te vejo
Como um beijo
              que se dá sem esperar em troca
Destes ao povo
              à custa de tua vida
perdida, roubada, encurtada
nos pelourinhos e quilombos

A liberdade é negra
Conquistada a ferro e fogo
Mas não consolidada
Pois para ti nada é dado
              tudo é suado, conquistado

A liberdade é negra
como os sonhos de paz
e os olhos lacrimosos dos teus ais
como a pele de nosso povo
como a mística de nossos terreiros
Fizestes dela estandarte
e até hoje está erguido
no meio de tua escola
na memória de teus iguais

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