Lições de vida

Sempre que ouvimos alguma história de superação sobre pessoas humildes que, contrariando todas as estatísticas, conseguiram realizar seus sonhos e atingir seus objetivos de alguma forma, vemos que perseverança e objetividade estão entre as características mais comuns desses vitoriosos.

O Brasil do século 21, com mais oportunidades de estudo, tem mostrado pessoas como dona Leonides Victorino que até aos 67 anos não sabia ler nem escrever e, aos 79 anos, se formou em História da Arte em uma universidade no Rio de Janeiro. Ou Joaquim dos Santos que realizou o sonho de se graduar em Direito, aos 63 anos, após pedalar cerca de 40 quilômetros diariamente de sua casa até a faculdade no Espírito Santo.

Os dois com uma coisa em comum, além daquelas já citadas acima: a cor da pele. Vivemos em um país onde mais de 50% da população se autodeclara negra, porém somente neste século algumas políticas públicas como Fies, ProUni e cotas nas universidades públicas, impulsionaram jovens, que jamais poderiam sonhar com uma universidade, a cursarem o terceiro grau, incentivando também seus pais, mães e até avós a reencontrarem o sonho do banco universitário.

Ainda é cedo para saber onde esta verdadeira revolução educacional irá nos colocar, e qual será a reação do mercado de trabalho diante desse novo profissional qualificado, que por conta de todas as adversidades, tem chegado um pouco mais tarde nessa disputa.

Uma coisa é certa: a lição que fica é que somente com igualdade de oportunidades e políticas públicas é que poderemos vencer o gigantesco abismo que os 350 anos de escravização criaram entre negros e brancos no país, principalmente no quesito educação.

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