O sentido da eco-história  

Esta semana, vários eventos entre Goiânia e Brasília celebram o 11º ano desde a morte do historiador Paulo Bertran, que desenvolveu um jeito novo de contar a História. Isto, especialmente em seu livro “História da Terra e do Homem do Planalto Central – Eco-História do Distrito Federal”, obra imprescindível pra se conhecer a região central do País.

Não é possível remontar a trajetória do ser humano na face do Planeta sem que descreva o meio ambiente em que viviam os personagens da narrativa. A fauna, a flora, a geografia de cada região influenciam de modo profundo as culturas e estas determinam as ações dos seres viventes.
Em resumo, este é o sentido da Eco-história, que desenvolve sua narrativa, no caso brasileiro, a partir da visão do índio, do escravo negro, do cidadão comum e não apenas das elites dominantes.

Paulo Bertran cita o caso do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp Von Martius, que percorreu o Brasil durante três anos, no início do Século 19. A descrição de cada região feita por Martius remonta à Grécia Antiga, onde as mitológicas ninfas cuidavam das águas, montanhas, florestas, de cada nicho ecológico enfim.

Quanto à obra de Bertran em si, pode-se dizer que a região central brasileira foi descoberta, ou desbravada, duas vezes. Uma fisicamente, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, o Anhanguera II. A outra, como narrativa literodocumental, feita pelo historiador.

As homenagens a ele prestadas esta semana foram a forma que diversos setores da sociedade encontraram de difundir sua obra e, com ela, esse jeito novo de contar nossa História.

O autor 

Paulo Bertran Wirth Chaibub nasceu em Anápolis, Goiás, e morreu em Goiânia, em 2005, quando completava 56 anos de idade. Estudou na Universidade de Brasília (UnB) e em universidades francesas. Suas pesquisas foram realizadas principalmente no Brasil Central e em Portugal, onde descobriu farta documentação escondida na Torre do Tombo e outros arquivos históricos.

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