Réveillon da Crise

Diz um velho amigo baiano Zulu Araújo, que uma das verdades mais absolutas deste país é que tudo começa na Bahia ou como diz Gilberto Gil em verso e prosa primeira missa, primeiro pelourinho, primeiro índio abatido também que Deus deu que Deus dá. 

Ouso discordar e dizer que principalmente nossas maiores mazelas contemporâneas começam na segunda capital do Brasil, Rio de Janeiro: primeiro arrastão, primeira organização criminosa em presídios, primeiro governador encarcerado e agora primeiro prefeito de uma grande capital da universal que Deus deu que Deus dá.
 
Essa entrada de ano me rendi as encantadoras propagandas globais e fui assisti de perto os fogos de artifício mais badalados do país, os da areia de Copacabana onde pude reforçar minha tese.

No réveillon da crise o palco principal e único, foi montado é claro na praia ao lado do Copacabana Palace paraíso da elite nacional e estrangeira que podiam assistir de camarote além dos shows os fogos lançados principalmente de um transatlântico ancorado mar a dentro.

Do outro lado da rua na praia, uma burguesia decadente eram atendidos por serviçais e ambulantes quase todos negros como nos 380 anos de escravização, a aparente calma e falsa alegria regada a muita bebida alcoólica só era interrompida quando um ou outro arrastão de moleques quase todos pretos corriam em meio a turistas quase todos brancos, cenas de um réveillon longe de passar nos "dóceis e pacíficos lares globais "no réveillon da crise moral, econômica e política brasileira.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor