Jandira Feghali, rosa vermelha, ameaçada pelos parasitas da democracia

Jandira Feghali, tal qual Dilma, representa a força, a graça e a coragem da Mulher Brasileira. É esse o seu "crime". Em tempos sombrios – em que o novo Collor parte em defesa de Temer, golpista e múltiplas vezes citado, em que os bandidos mais abjetos pululam, como vermes, mas feitos reis -, vemos a deputada comunista ser "denunciada", exposta na Globo, porque enfrentou no peito e na raça uma absurda agressão ao direito de livre reunião e manifestação.

A Convenção Estadual do PCdoB-RJ de 2014 foi invadida de modo truculento, com postura e atos incompatíveis com a função da justiça eleitoral. Num evento em local fechado, causaram tumulto, jogaram spray de pimenta em mulheres e crianças e queriam encerrar no grito o encontro dos comunistas (que era oficial, informado à Justiça Eleitoral e público), como se ainda estivéssemos na Ditadura Militar. Não houve nada semelhante contra nenhum outro partido. Por que essa perseguição ao PCdoB?

E ela, com seus cabelos encaracolados – como pétalas – com seu porte e coragem, fez o que se esperava de quem é parte dessa florada de Olgas que toma as ruas, as praças, os púlpitos e as nossas vidas, granjeando admiração e encanto, ensinando o caminho da luta, sempre. Jandira Feghali resistiu. E com graça, verbo, firmeza e postura, não permitiu que imperasse o arbítrio. Não estávamos mais na Lapa, em São Paulo, em 1976. Foi com mártires, desaparecidos e torturados que os e as comunistas conquistaram o direito de erguer suas bandeiras, reunir-se, de apresentar-se com sua face limpa diante do povo brasileiro.

Que exemplo perigoso. Ela impediu o arbítrio, ELA. Defendeu a legalidade conquistada com tanta política, tanto amor, com o sacrifício supremo do sangue de outras rosas vermelhas, como Helenira Rezende, Jana Custódio, Dina Coqueiro, seiva vermelha que nutriu as águas e o solo do Araguaia, alimentando a "árvore da democracia" – bela metáfora de Dilma -, agora infestada de pútridos parasitas que a querem matar. E são parasitas tão abjetos que se apoderam de palavras como "ética", "luta contra a corrupção", "democracia", que usam o verde e o amarelo para entregar nossa soberania, destruir nossa democracia, massacrar os trabalhadores e trabalhadoras. Mas esse infinito descaro não pode ocultar jamais a fedentina abjeta que exalam os parasitas, nem o perfume das rosas que se erguem delicadas e altivas, mas com os espinhos à mostra, para lembrarmos que a beleza só pode vicejar se for defendida. Não é à toa, nessa hora dramática da vida nacional, que o rascante machado, fortaleza do golpe, tente atingir Jandira Feghali, tenta atingir o Partido Comunista do Brasil.

Olho, camaradas, democratas, brasileiras(os), trabalhadores e trabalhadoras! A Reforma Política que se urde sob o golpe quer espalhar veneno sobre a mata para impôr a monocultura do transgênico contra a diversidade da natureza democrática, conquistada com tanta luta. Depõem Dilma, cassam injustamente Lula de modo cruel, enquanto bandidos abjetos definem que flores poderão nascer, que pássaros se permitirá cantar, e que é preciso matar as rosas vermelhas, sobretudo, porque perigosíssimas.

Podem tentar esconder seu vil propósito sob estranhas palavras como fim das coligações, fim do voto proporcional, cláusula de barreira, podem inventar as mais torpes mentiras, mas é unicamente para que a democracia tombe inerme e só parasitas, ervas daninhas e aves de rapina imperem num bosque que se conheceu por ter mais vida e mais amores.

E que seja Jandira Feghali o alvo dessa ameaça, só reforça a sua correção, seu brilho, a necessidade de que floresçam Jandiras, e que nos postemos como cerca viva em sua defesa, que lutemos contra as ervas daninhas que a querem sufocar, que a protejamos contra os que a querem tombar, que inclusive coloquemo-nos ao seu redor contra qualquer lâmina que a queira ferir.

Jandira Feghali, nossa rosa vermelha, sabe defender-se, mas é a solidariedade que lhe devemos que assegurará o florir de tantas rosas que retomarão a primavera, como cerca viva que proteja a árvore da democracia, esse juazeiro altivo que hoje sofre e agoniza, mas que resiste, sempre, jamais se entrega. Força, Jandira Feghali, estamos contigo, nenhuma mentira global, nenhum processo forjado, nenhuma defesa do arbítrio poderão te calar, nem deter a primavera, pois, caramba, ensinou-nos Maiakovski: a primavera é inexorável!

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