O que explica o sucesso da greve geral

Apesar do sistemático boicote dos meios de comunicação, a greve geral contra o “governo” Temer e as reformas anti-povo, foi coroada de êxito. Massiva de Norte a Sul do país, o que obrigou as forças conservadoras a secundarizarem a cobertura ou associa-la a baderna, caos e outros adjetivos de seu receituário conservador.

E o sucesso da greve geral está muito além da eventual capacidade mobilizadora dos movimentos sociais. Seu grande potencial mobilizador está na capacidade que Temer e seu consórcio têm de atacar o povo e os trabalhadores em particular. Explica-se, portanto, por razões bastante objetivas.

Aos poucos vai ficando claro para o conjunto da população, especialmente as camadas mais simples, que o golpe não foi para melhorar sua vida e sim a dos poderosos de sempre, como indicam as enquetes recentes. Também vão percebendo que forças estrangeiras devem está envolvidas nesse golpe, do contrário não seria possível alguém fazer tanta maldade contra o povo sem que os próprios mecanismos do aparelho de estado esbocem qualquer reação saneadora.

Nessa enquete essa percepção fica evidente, tanto pela desaprovação recorde de Temer (61%) quanto da percepção de que a reforma trabalhista é para ajudar os patrões e a reforma da previdência é para retirar direitos do povo. Nada menos do que 71% dos entrevistados são contra a reforma da previdência e 85% querem Diretas Já, na hipótese de Temer ser afastado no TSE.

Os parlamentares empresários – uma expressiva parcela – talvez continuem votando para retirar direitos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores, afinal estão defendendo os seus interesses patronais. Mas, o restante da base de sustentação de Temer, que depende de voto popular, talvez reflita melhor diante de dois cenários antagônicos: o repúdio do povo a essa política e ao governo Temer, cuja aprovação está na faixa de 9%.

As próximas manifestações tendem a ser ainda maior, talvez mais radicalizadas. Quanto mais ficarem evidentes os reais objetivos dos golpistas, mais a revolta se ampliará e, consequentemente, maior será a adesão às futuras manifestações. Até o momento em que mesmo os apoiadores de Temer comecem a desertar, como, aliás, já se iniciou.

Buscar ampliar o leque de apoios contra as reformas anti-povo, desenvolver mecanismos criativos para esclarecer o povo, por todos os meios, e resistir às forças conservadoras, é a essência da nossa tática. Venceremos!

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