A violência como método de ação é a expressão da burguesia

A burguesia é uma classe social reacionária e autoritária, que não hesita em recorrer à violência para expropriar as camadas populares e, ao mesmo tempo, assegurar seus privilégios.

Tal qual Clausewitz, para quem “a guerra nada mais é do que a continuação da política por outros meios”, a burguesia tem na violência o seu principal método de ação.

Assassinar representantes dos movimentos sociais – especialmente sindicalistas – ou mesmo parlamentares de extrato popular é apenas mais uma faceta dessa violência da sociedade burguesa.

Nesta lista infindável já estão, infelizmente, dezenas de militantes do PCdoB como o Deputado Paulo Fonteles e lideranças campesinas como João Canuto; José e Paulo Canuto, seus filhos; Expedito Ribeiro; Adelino Ramos (Dinho) e Nardelio Delmiro Gomes, dentre outros, assassinados por defenderem terra, trabalho e dignidade para homens e mulheres do campo. Apenas em 2017 essa lista macabra registra mais 65 mortos de trabalhadores rurais, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), e acaba de ser ampliada com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Há outros métodos de extermínio, igualmente cruéis, como a exploração do homem pelo próprio homem e a voracidade com que a burguesia concentra renda em suas mãos enquanto busca eliminar qualquer direito ou benefício social que as camadas populares eventualmente tenham conquistado. Mas o recurso a assassinatos brutais tem sido uma marca de seus métodos.

Nesse trágico episódio, todavia, algo chama a atenção: as balas que mataram Marielle e Anderson eram das forças de segurança oficial do país! Levantamento preliminar indica que algo como 60% da munição usada em crimes bárbaros como esse ou em execuções de trabalhadores igualmente pertenciam às forças de segurança do país, o que revela que as forças de segurança (forças armadas, polícias federal, militar e civil) não tem qualquer controle de sua munição, o que é algo extremamente grave.

Tal constatação demonstra, ainda, que não é exatamente o contrabando que armas as milícias criminosas mas, lamentavelmente, as próprias forças se segurança.

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