A escalada de violência e intolerância da direita

A escalada de violência atualmente praticada pela direita representa mais do que uma atitude de intolerância pontual, o que por si só já seria profundamente condenável. Representa, infelizmente, uma rotina.

E assume ares de tragédia quando se sabe que essas atitudes reacionárias expressam a sua concepção ideológica. E a essência da ideologia da burguesia é o desprezo pela democracia e o profundo ódio que nutrem contra o povo.

De forma explícita ou dissimulada essas manifestações reacionárias e intolerantes estão sempre presente e se intensificam na mesma proporção que a democracia se fragiliza.

Assim, sempre que a democracia é golpeada os direitos individuais e coletivos são imediatamente suprimidos. Inicialmente esse arbítrio atingirá as camadas populares, até que deixará de ser exceção e se tornará na regra que alcançará a todos indistintamente.

A história mundial e nacional está repleta de exemplos. A escalada do nazismo na Europa; do macarthismo (perseguição aos comunistas) nos Estados Unidos e os sucessivos golpes de estado na América Latina, especialmente o Brasil, são evidências incontestáveis dessa assertiva.

Como exemplo prático dessa escalada reacionária nacional pode-se listar a interrupção do projeto de tintura popular para assegurar o retorno da velha política neoliberal da era FHC; o assassinato e a tentativa de linchamento moral da vereadora carioca Marielle Franco; as pedradas e tiros desferidos contra a caravana do presidente Lula; e os virulentos ataques contra os ministros do STF que se inclinam pelo cumprimento da regra constitucional que proíbe a execução de pena sem que o processo esteja transitado.

Mesmo sem mencionar os sucessivos golpes militares, os exemplos aqui listrados são mais do que suficiente para não deixar dúvidas quanto ao grau de intolerância e violência dessa turba.

E numa clara evidência de que quando não se reage ao arbítrio em algum momento todos nós seremos alcançados por ele, o furor da turba agora se volta contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Enquanto os ministros do STF votavam de acordo com aquilo que a direita entendia ser de seu interesse, eles eram merecedores dos mais efusivos elogios e editoriais melosos. Mas se “ousam” cumprir a Constituição do país passam a ser insultados pela direita com a mesma virulência com que agridem uma caravana pacífica.

A essência de tal prática de ódio está alicerçada no desprezo que eles têm pelo povo, no desprezo que nutrem por toda e qualquer solução coletiva. São adeptos da teoria de Thomas Hobbes (Leviatã, 1651), mesmo que a maioria deles sequer tenha ouvido falar desse pensador inglês.

Para Hobbes o povo era imprestavel e, portanto, plenamente justificável a existência de um imperador com poderes absolutos como expressão da monarquia absolutista daquela época, o que seria o atual governo autoritário do presente.

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