Separar o joio do trigo

Este velho ditado popular não perde atualidade. No calor da luta, nos debates, até na conversa do dia-dia, a emoção tende a superar a razão e quebra um relacionamento saudável. Respiramos fundo para recuperar a objetividade da razão e aguentar a desrazão de alguns.

Agora vamos levantando provas de manipulações de consciências através da mídia ou de uma elite política imperial especialista em "fake news" e denúncias arbitrárias sem qualquer fundamentação científica e histórica.

Porquê foi difundido o anti-comunismo, se foi o exército soviético, portanto de paises comunistas, que destruiu a ameaça fascista de Hitler que esmagava a Europa?

Porquê sequestrar Lula que deu a sua vida sofrida e heróica para implantar a democracia no Brasil, um país rico e com um dos maiores índices de desigualdade social do mundo?

Porquê generalizar para a Igreja Evangélica e todos seus membros, a ação de uma linha política que foi criada nos Estados Unidos para manipular a informação e a técnica discursiva de pastores que alimentam o ódio e não o amor ao falarem de Jesús?

Bolsonaro cuida, ele mesmo, da sua imagem onde aparece mais joio que trigo: quando sorrindo ameaça com armas a multidão, quando diz "eu não te estupro porque você não merece", quando diz que os 30 mil presos políticos torturados durante o período de ditadura militar no Brasil deviam ter sido mortos", quando elogia o monstro torturador -Ustra – como se fosse uma pessoa respeitável -, quando usa e abusa das "fake news" até ser proibido pelo Tribunal Eleitoral por falsear a campanha eleitoral, quando ensina uma criancinha a pegar na arma para matar, quando condena todos os que têm diferentes opções sexuais, quando se opõe à liberdade de expressão e à democracia que permitirá a igualdade de condições de vida para todos os cidadãos no Brasil, quando ameaça fechar o STF se não o obedecer. É, visivelmente, um desequilibrado violento.

Não ha nada de respeitável, de sinal de dignidade, na história divulgada sobre a vida de Bolsonaro. A mídia brasileira já divulgou esta triste verdade de quem ha 20 anos é deputado federal no Congresso e apresentou dois únicos projetos até hoje. Foi um deputado inútil para o Brasil, que ocupou um lugar no poder e aproveitou para colocar os seus filhos e amigos em lugares semelhantes, como se o Estado fosse um cabide de empregos. Portanto foi e continua sendo, pela manipulação eleitoral denunciada pela Folha de São Paulo, um corrupto.

Mas, a propósito da Igreja Evangélica existem muitas contradições, algumas de apoio aos desempregados e desesperados como missão cristã, outras de utilização da confiança e da fé dos seus membros para organizar movimentos políticos e promover a propaganda de Bolsonaro que – sendo desequilibrado e violento, como tem mostrado em público – levaria o Brasil ao atraso, à miséria, à servidão e à perda da independência nacional.

Há pastores que defendem a Igreja e condenam o mau uso que estão fazendo dela, mas ainda não conseguiram impor a palavra de Deus como modelo pastoral. A história da Igreja Evangélica deve ser estudada em todas as suas faces históricas e explicadas as diferenças entre os vários nomes com que aparece por todo o mundo, para que as que estão sob o controle político que foi estabelecido nos Estados Unidos para "usar" os seus adeptos como "robôs" de uma mensagem falsa e interesseira, não poluam as demais.

A pergunta que fica é: qual a Igreja do Bispo Macedo, dono da rádio Record e Bandeirantes, o mesmo que explicou na TV em Portugal que exigia aos seus genros que "fossem esterilizados antes do casamento, para não correrem o risco de produzirem filhos com problemas estéticos ou de saúde". Dessa forma, ele explicou publicamente, que foram a Portugal buscar crianças no orfanato para serem seus netos (como se os comprasse no supermercado, o que deu início a um processo criminal na justiça portuguesa). Nem procurou saber se as crianças tinham ou não as suas mães ainda vivas e sem recursos para os educar os filhos em suas casa. Um crime hediondo, desumano, semelhante ao do tráfico de crianças que se difundiu pelo mundo com objetivos de comércio de pequenos escravos ou de órgãos. Ou qual é a Igreja de Silas Malafaia, e a de José Wellington Costa, que também como o Bispo Macedo, seguidores do pastor Billy Graham que criou o "Internet Evangelism Coalition" em 1999 e colaborou para eleger Trump nos Estados Unidos?

Certamente há muitas perguntas a serem feitas sobre os pastores que destilam ódio com palavras bíblicas ou em nome de Jesús, mas isto deverá ser feito pelos membros de cada Igreja para que não permita que manipulem as suas consciências em nome de Deus. Hoje está provada a campanha que distribui "fake news" através de canais da internet e "watts App", responsável pela eleição de Trump como Presidente dos Estados Unidos e aplicada através de Bolsonaro para alterar a eleição a seu favor. Utilizaram parte da Igreja Evangélica assim como de associações, de grupos ou mesmo de famílias, para conduzír o eleitos como se fosse gado. Abusaram da confiança ingênua, de boa fé, dos seguidores da palavra de Jesús. Isto é perdoável?

Uma das medidas tomadas no Governo Lula foi a criação de Universidades e o apoio à todas as crianças para que tivessem acesso às escolas, desde o curso primário até o universitário. Para isso promoveu a alimentação escolar e passou a conceder bolsas de estudo para os alunos que quisessem seguir os cursos superiores. O caminho foi aberto por Haddad quando Ministro da Educação para que todo o cidadão brasileiro pudesse desenvolver os conhecimentos e a consciência para não ser tratado como ignorante pelos autores de "fake news" e ameaçados com autoritarismo em nome de Deus. Este é o melhor caminho para afastar os maus elementos que usam o poder ou a imagem de "pastores" para impor a sua vontade às "ovelhas".

A democracia verdadeira respeita a liberdade de expressão e de crença dos cidadãos. Sejam donos da própria consciência para não se tornarem escravos de oportunistas.

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