Que domingo teremos?

Quem luta por nobres ideais não desiste nunca. E tem todo o direito de acreditar na possibilidade da vitória até o último instante da batalha, mesmo quando em aparente inferioridade.

No pleito de domingo, é o destino imediato do Brasil que está em jogo. Por todos os títulos, um desenlace dramático.

Podemos erguer um fortim de resistência à onda regressiva elegendo Haddad ou sofreremos a terrível derrota de ver presidente da República o capitão de extrema direita.

Os inimigos da nação e a elite tupiniquim mais retrógrada, respaldada em setores médios da população fanaticamente aderentes a ideias e posturas conservadoras, espreitam a caça com apetite voraz.

De quebra, extensas camadas do chamado lumpesinato, boa parte sob influência religiosa fundamentalista, deixa-se envolver por uma pregação ultra reacionária calcada em grande parte em informações mentirosas acerca do candidato Fernando Haddad.

A resistência progressista tem crescido, organizada ou espontânea. Potencialmente forte porque fruto de uma tomada de consciência dos riscos que o País corre. Mas ainda relativamente frágil pela ausência de uma articulação frentista mais concreta.

Embora todos os segmentos do campo democrático reconheçam a ameaça que representa o neofascismo, um traço de imaturidade permeia a resistência: todos ou quase todos estão de olho no "dia seguinte" e já antecipam a disputa pela hegemonia na futura oposição, caso Haddad perca.

É fato. E não basta lamentar, importa seguir a luta por todos os meios legítimos possíveis. E manter a esperança.

Haverá tempo para uma mudança qualitativa na tendência dominante entre os eleitores até o dia 28?

Há quem especule que sim, com apoio no acúmulo quantitativo de fatos negativos e desmacaradores que vem cercando, há mais de dez dias, a campanha do capitão do PSL.

Impossível afirmar com certeza. As pesquisas disponíveis não animam, embora esse instrumento de aferição dos humores do eleitorado venham sofrendo revezes na história recente.

Aécio Neves, há quatro anos, juntou lideranças de várias partes do país para acompanharem com ele a apuração dos votos e comemorarem a vitória, que parecia certa (segundo as pesquisas), numa grande festa em Belo Horizonte.

Praticamente no sábado e no próprio domingo deu-se a vitória de Dilma Housseff. A votação do Nordeste, mas também a diminuição da diferença pró-tucano no Sul e no Sudeste desmentiram as pesquisas.
Desta feita, como se sabe, uma imensa trapaça cibernética foi posta em movimento pela extrema direita, a custo de alguns milhões de reais à margem da lei, desde bem antes da campanha eleitoral, que confundiu milhões de brasileiros.

Essa variável, até agora desconhecida (ou subestimada) entre nós já surpreendeu no primeiro turno e não se sabe o quanto pode repetir o feito no domingo.

Pelo sim, pelo não, lutar é preciso — até o último minuto do domingo.

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