Eleições na Síria: vitória da resistência

O povo sírio celebra mais uma vitória importante na sequência de três anos desde a guerra lançada contra o país: a realização de eleições que contaram com grande participação civil e mostraram a determinação nacional para o avanço, apesar dos graves desafios ainda postos.

A nova Constituição da Síria, aprovada em 2012 através dos diálogos entre o governo e a oposição, possibilitou a realização da primeira eleição presidencial plural e diversa, com três candidatos de posições políticas bastante distintas, mas empenhados no progresso sírio e na superação de um período de grande sofrimento para o povo.

A ingerência externa possibilitou o alastramento da violência pela região e seu prolongamento no tempo, principalmente com o respaldo dos EUA, de países europeus, de monarquias árabes e de vizinhos como a Turquia e Israel aos grupos paramilitares e aos extremistas, que foram retratados pela mídia internacional, cúmplice na agressão à Síria, como a “oposição”, como se tratassem de entes políticos legítimos, e não de organizações criminosas, em grande parte, que derramaram o sangue do povo.

Ainda assim, além das sucessivas conquistas do Exército sírio na recuperação de territórios tomados por paramilitares, mercenários estrangeiros e extremistas religiosos, que propagam o terrorismo com a impunidade garantida pelas potências imperialistas, os sírios compareceram em massa diante das urnas para assumirem seu direito de escolher o seu destino.

A Síria, como um todo, governo e povo, assim como seus aliados, tem demonstrado repetidamente a opção pela diplomacia, pelo diálogo político nacional e soberano, sem ingerência ou intervenção externa, para encontrar uma saída da crise, iniciada ainda em 2011 com os levantes nas ruas, mas logo capturados pela agenda imperialista de desestabilização de um governo e um país que não se rende.

Os amigos da Síria continuam apelando pelo respeito à Carta das Nações Unidas, aos diversos princípios de direito internacional e à coerência política no rechaço à ingerência criminosa do imperialismo, que considera aceitável o sofrimento do povo para a consecução dos planos abertos de domínio mundial, usando ideais em nada condizentes com as suas práticas, como a liberdade, a democracia e a paz.

Os governos e países que se afirmam comprometidos com os princípios básicos da autodeterminação dos povos, da soberania nacional, da dignidade, da cooperação internacional e da construção de um mundo de paz devem unir-se na proteção da Síria o do direito do seu povo de decidir o seu futuro, impondo obstáculos à manipulação de disputas políticas e identitárias para a realização de políticas retrógradas e caricatas de dominação global, no caso dos Estados Unidos e seus aliados europeus.

O avanço na consolidação e permanente construção da democracia, o combate ao terrorismo, o alívio do sofrimento nacional, a reconstrução e o diálogo político soberano são agora prioridades na Síria, que continua determinada a vencer os desafios impostos pelo imperialismo. O país cumpre mais uma etapa de conquista neste processo e deve ser apoiado por todos aqueles que buscam a paz e a real “comunidade internacional”, coerente, equitativa e justa.