Vamos barrar o golpismo com o povo nas ruas

Com esta frase o presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, saudou a multidão de mais de 60 mil pessoas que se manifestou nesta sexta-feira (13) na Avenida Paulista, na maior cidade da América Latina.

Em 23 capitais de estados brasileiros e em dezenas de cidades do interior do imenso país, manifestantes saíram às ruas numa histórica jornada de lutas que marca o começo de uma grande caminhada do povo brasileiro na luta por mais direitos políticos e sociais, pelo aprofundamento da democracia, pela reforma política e outras reformas estruturais.

Nas manifestações desta sexta-feira, em decorrência das circunstâncias políticas que se impuseram, o povo nas ruas rechaçou o golpismo e sinalizou que está disposto a bater-se para defender o mandato da presidenta Dilma Rousseff, reeleita em outubro do ano passado e no início do seu segundo mandato.

Em todos os sentidos, é necessário escutar o recado das ruas. Os golpistas, liderados pelo PSDB, partido derrotado em quatro sucessivas eleições presidenciais, puderam observar que a intentona golpista encontrará pela frente o povo nas ruas e organizado em suas principais entidades e partidos políticos progressistas, disposto a se contrapor a qualquer aventura desestabilizadora e ao retrocesso. O despropósito manifestado por um dos próceres do partido neoliberal e conservador, o senador paulista Aloísio Nunes, que pregou o violento “sangramento do governo”, mostrou o caráter antidemocrático dos tucanos, a que os manifestantes nas ruas neste histórico dia 13 responderam à altura, com palavras de ordem democráticas voltadas para o avanço das conquistas sociais.

O enfrentamento das dificuldades por que passa o país só é possível a partir de uma orientação democrática e progressista, do respeito à Constituição, à soberania popular e à independência nacional. O afastamento da presidenta da República, seja qual for a forma que se utilize para isso, serve a interesses opostos aos do povo brasileiro e da nação. Corresponde aos anseios do núcleo mais reacionário das classes dominantes internas e do imperialismo, empenhado também em outras aventuras contrárias à estabilidade democrática e à soberania de países vizinhos.

Por outro lado, a presidenta Dilma Rousseff, mandatária popular, chefe de Estado e líder de uma ampla coalizão democrática, certamente também terá ouvido os reclamos das ruas, com outro sentido. Tendo feito uma campanha eleitoral em cujo centro estava a palavra de ordem de promover reformas e mudanças, de defender a soberania nacional, a democracia e os direitos das massas trabalhadoras e populares, a presidenta Dilma constata nas manifestações desta sexta-feira que o povo está convicto da necessidade de continuar percorrendo tal caminho. Decerto, recolherá do episódio também o fortalecimento de suas próprias convicções e vontade política, fator subjetivo fundamental para realizar o segundo mandato presidencial consoante os interesses da esmagadora maioria do povo brasileiro.