Fidel Castro, rosto e alma da revolução: longa vida, Comandante!

Um grupo de jovens dirigiu a luta contra o regime corrupto e despótico de Fulgêncio Batista, em Cuba, de 1953 até a vitória final, em 1º de janeiro de 1959.

Aquele grupo incluía revolucionários notáveis – Camilo Cienfuegos, Célia Sanchez, Ernesto Che Guevara, Haydê Santamaria, Raul Castro – jovens cujo líder foi um moço loquaz e, apesar da pouca idade, já veterano no embate contra o imperialismo e a tirania que oprimia a ilha: Fidel Castro. Ele tinha somente 32 anos mas já era o comandante inconteste da revolução da qual, nas décadas seguintes, seria o rosto e a alma: a revolução cubana.

Fidel Castro completa neste sábado (13) 90 anos de uma existência profícua, fértil, a vida de um revolucionário que nunca se aquebrantou. Um lutador incansável que é ao mesmo tempo rígido e flexível. E que talvez seja a perfeita encarnação da exigência do verso do poeta latino Terêncio (século 2 a.C.), adotado como dístico por outro revolucionário notável, Karl Marx: “nada do que é humano me é estranho”.

É com certeza o verso que melhor descreve o intenso interesse que todas as atividades humanas despertam neste revolucionário que conserva, aos 90 anos de idade, o frescor, o bom humor e a boa índole da juventude.

A revolução, sob direção de Fidel, transformou Cuba num exemplo de resistência, determinação e solidariedade internacional para os povos do mundo. Qualidades marcantes do povo cubano, transformadas em orientação do regime de libertação inaugurado em 1959 pelo caráter e bonomia de Fidel, sob cuja direção Cuba promoveu mudanças econômicas e sociais profundas. Enfrentou obstáculos imensos – o maior deles o bloqueio imposto durante mais de 50 anos pelos EUA. Foram dificuldades incontáveis que aumentaram após o colapso do bloco socialista liderado pela União Soviética, no começo da década de 1990.

Mas os cubanos – e Fidel – jamais desistiram. E, à frente da Ilha, fez dela uma potência do bem-estar social, com níveis de saúde, educação, esporte, artes, cultura, que se igualam aos das nações mais desenvolvidas e, em muitos aspectos, os superam.

Atividade governamental voltada para o avanço civilizacional cuja face é a do próprio Fidel, e que beneficia a cada um dos cubanos, igualmente – e também a cada um dos seres humanos de outros países onde haja um cubano presente – um soldado, por exemplo, como no passado, em apoio à independência de Angola, ou um médico, como no Brasil e em tantos outros países, como aqueles que fazem parte do Mais Médicos e encantam a população a que servem pela humanidade, humildade e eficiência.

O exemplo vem de cima, como se diz – e o exemplo de Fidel Castro fortalece estas características de seu povo.

Este revolucionário de muitas palavras e ações, que ri de seus próprios contratempos (como na uma foto de Alberto Korda que mostra uma queda de Fidel na neve, em Moscou, rindo como um menino…) não perde o fair-play mesmo tendo sido, por mais de meio século, alvo de 634 tentativas de assassinato contabilizadas pela inteligência cubana.

Rígido quanto aos objetivos da revolução, flexível quanto aos métodos e à tática para cumprir suas tarefas, Fidel Castro iguala aos revolucionários da história – ombreia latino-americanos, como Simón Bolívar ou o cubano José Martí. E mesmo vai além deles ao dirigir uma revolução que, defendendo intransigentemente a liberdade e soberania de Cuba, quer de maneira igualmente intransigente a libertação e a elevação cultural da humanidade.

Longa vida, Comandante!