A luta de Dilma, ontem e hoje, pelo Brasil, a democracia e o povo

Começou nesta quinta-feira (25), no Senado, o julgamento do processo de impeachment contra a presidenta constitucional e sem crime de responsabilidade, Dilma Rousseff. Os patrocinadores do golpe judicial, político e midiático estão apressados e querem concluí-lo no próximo dia 31.

O julgamento de Dilma Rousseff esconde o objetivo verdadeiro do golpe posto em marcha pelos conservadores e a direita: colocar um ponto final no projeto democrático, nacional e desenvolvimentista inaugurado com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República em 2003, mantido depois de 2010 por Dilma Rousseff.

O alvo do golpe é destruir a democracia, os direitos do povo e a soberania do Brasil. Há um indisfarçável desejo de desfigurar a Constituição de 1988 e eliminar direitos sociais, políticos e econômicos nela consagrados. E voltar à situação anterior a 1985, que prevaleceu durante a ditadura militar, para que o governo vigente e os vindouros submetam-se apenas aos interesses dos muito ricos da população e reservem os recursos públicos para o pagamento de juros para os especuladores e o grande capital rentista.

Ao mesmo tempo o governo ilegítimo de Michel Temer põe em marcha a submissão ao capital estrangeiro e ao imperialismo, ilustrada na intenção de destruir o Mercosul e os Brics e submeter a diplomacia brasileira aos interesses das grandes potências, sobretudo dos EUA. A entrega das riquezas nacionais – sobretudo o pré-sal e a Petrobras – para petroleiras estrangeiras é outro objetivo dos golpistas.

É um novo capítulo da luta que sempre ocorreu no Brasil, desde a Independência mas sobretudo na República, entre os liberais (hoje chamados neoliberais), defensores da ampla liberdade para a ação do capital para favorecer os ricos, contra aqueles que, como José Bonifácio, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Lula e Dilma, lutaram pelo uso da força do Estado e do governo para legislar sobre a ação do capital, desenvolver o Brasil, melhorar a vida do povo e defender a soberania nacional. Neste sentido, o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff hoje iniciado no Senado é também o mais recente capítulo desse embate em defesa da nação soberana, do desenvolvimento e do bem-estar dos brasileiros.

A novidade histórica deste julgamento é a coragem e o denodo da presidenta Dilma Rousseff, que não se dobra a nenhuma pressão e luta com determinação contra a violência do golpe que visa a amputar seu mandato para o qual foi eleita por 54 milhões de votos populares.

A presidenta tem coragem semelhante à de Getúlio Vargas que há 62 anos sacrificou a própria vida para denunciar os mesmos golpistas de hoje. Dilma vai além e, sendo afirmativa e lutadora, se coloca à frente da resistência democrática e popular contra a direita, os conservadores, contra a ação mentirosa e fraudulenta a que dão o nome de impeachment que tentam em vão disfarçar de legalidade.

Não é a primeira vez que Dilma se sacrifica na defesa da nação, da democracia e dos interesses populares. Ela era jovem quando enfrentou, faz quase 40 anos, a ditadura militar e seus torturadores. Agora enfrenta outra vez as forças conservadoras e direitistas apegadas a um suposto combate à corrupção. As forças retrógradas são as mesmas, o combate é o mesmo, a combatente é a mesma – a luta pelo desenvolvimento e pela democracia e soberania nacional, cuja defesa se cristaliza, quatro décadas mais tarde, numa mesma pessoa – a hoje presidenta constitucional Dilma Rousseff.