Eleição na Venezuela, lição de democracia

Uma vitória da “paz e da democracia” – estas foram as palavras usadas pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao falar sobre o resultado das eleições para governadores deste domingo (15).

São palavras que revelam a intenção política de superar a grave crise que o país vive, protagonizada por uma oposição que beira ao fascismo e rejeita regularmente os resultados das urnas. Atitude antidemocrática que se repetiu agora quando o dirigente da oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD), Gerardo Blyde, anunciou não reconhecer o resultado e, alegando “irregularidades”, vai pedir uma auditoria sobre eles.

Apesar de toda a intensa campanha da mídia conservadora (repetida, no Brasil, pela mídia chapa branca dos monopólios), o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) venceu em 18 dos 23 estados do país. Inclusive em Miranda, que era governado por Henrique Caprilles, um cacique oposicionista.

A vitória em 75% dos estados mostra que o chavismo está vivo e forte, comemorou Nicolás Maduro. Força e maturidade atestadas pelo alto índice de participação na eleição – 61,14% do eleitorado. Muito alto num país onde o voto não é obrigatório e a profundidade da crise poderia ter afastado muitos eleitores do comparecimento às urnas.

Aliada e porta-voz estridente do conservadorismo e da submissão a potências estrangeiras, a mídia patronal tentou desenhar antecipadamente o resultado da eleição, alardeando números fantasiosos que não se realizaram.

O resultado é uma derrota da oligarquia, dos representantes e aliados do imperialismo, e da mídia conservadora. As urnas rejeitaram a imprensa marrom – esta é uma lição da eleição venezuelana na qual os brasileiros precisam prestar atenção.