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Líder do PR confirma tendência de apoio a Dilma em 2010

Presente em jantar entre lideranças do PR (Partido da República, ex-PL) e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o líder do partido na Câmara dos Deputados, deputado Sandro Mabel (GO), afirmou nesta quarta-feira (14) que a tendência é que a legenda apoie o nome do governo para a Presidência da República, nas eleições de 2010. Ele evitou falar em acordo antecipado, mas alegou ser natural que o partido continue alinhado com o governo petista.

“Não há pré-acordo. Mas estamos junto com o governo Lula. Naturalmente a tendência é seguir o governo que temos defendido”, disse à reportagem do Último Segundo.

Segundo o líder, a definição sobre o apoio depende de acordos nos Estados, o que levará muito mais tempo para determinar. “Se em 70% dos Estados não conseguirmos fechar com o PT ou com candidatos apoiados pelo PT, não podemos dizer que, em âmbito nacional, apoiamos o governo”, explicou, reforçando que a prioridade é formar as bancadas nas câmaras estaduais e federal.

No jantar, os representantes do PR, entre os quais estiveram o ministro dos Transportes e presidente de honra do PR, Alfredo Nascimento, e o líder da legenda no Senado, senador João Ribeiro (TO), teriam ouvido de Dilma um relato sobre o pré-sal, além de questões referentes a sua indicação para a disputa pela Presidência. "Ela repetiu que o PT deve definir até fevereiro se ela será a candidata do governo", pontuou.

Dois projetos

Dilma fez, segundo pessoas que participaram da reunião, um discurso forte dizendo que a estratégia agora é mesmo polarizar a campanha.

Em um trecho de sua fala, disse ser necessário “colocar para a sociedade que só há dois projetos”. Um deles, afirmou, é o projeto “neoliberal do PSDB”. O outro seria o do “governo Lula que melhorou a vida dos brasileiros”. Foi aplaudida.

De acordo com Mabel, o nome de Dilma tem a “simpatia” do partido assim como qualquer candidato que possa dar continuidade ao governo atual.

Sobre a polarização da disputa, entre um candidato do governo e outro, representando mudanças na administração atual, Mabel afirmou que o cenário está posto e que dificilmente prosperará uma terceira alternativa.

O empecilho seria tempo para consolidar esta terceira candidatura. Porém, sinalizou que o deputado Ciro Gomes (PSB-SP) tem afinidades com o governo Lula. “Ele está mais sintonizado politicamente”, afirmou, comparando o Ciro com a possível candidata do PV, Marina Silva (AC).

O PR elegeu 25 deputados em 2006. Mas nesta quarta-feira, o placar das bancadas da Câmara apontava a legenda de Valdemar Costa Neto com 46 representantes. Um crescimento de 80%.

Outros partidos

O PR é o 5º partido que está com um pé dentro da coalizão pró-Dilma para 2010. Além do PR e do PT, partido ao qual Dilma está filiada, a aliança governista já conversou com PMDB, PDT e PCdoB. O PSB, do deputado Ciro Gomes, ainda mantém a disposição de lançar a candidatura de Ciro à presidência.

Destes partidos, o PMDB é o partido com o qual as negociações para um aliança formal estão mais avançadas.

A cúpula do PMDB deve anunciar já na próxima semana que vai apoiar a candidatura de Dilma. Para fechar a aliança, o partido teria pedido não apenas a vaga de vice na chapa – já oferecida há tempos pelo PT – como mais poder em caso de uma nova gestão petista à frente do Planalto. Até agora, o nome mais cotado para vice de Dilma é o do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).

Da redação,
com agências