Processo de extradição do Padre Medina é extinto pelo STF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) julgaram extinta o pedido de extradição do colombiano Olivério Medina, conhecido como Padre medida. No julgamento realizado nesta quarta-feira (21), a maioria dos ministros reconheceu a condição de refugia

O ex-padre Francisco Antonio Cadenas Collazzos estava preso desde agosto de 2005, aguardando julgamento do pedido de extradição feito pelo governo da Colômbia que acusa Medina de ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Medina vive no Brasil há 10 anos, é casado e tem filha brasileira.



Na época, o secretariado nacional do PCdoB condenou a prisão de Medina, em nota publicada no site do Partido, em que dizia: ''O Partido Comunista do Brasil condena energicamente a prisão em território brasileiro do ativista político colombiano Francisco Antonio Cadena Colazzos, conhecido também como Olivério Medina, exige a sua imediata libertação e apela ao governo e ao Poder Judiciário a que não autorizem a sua extradição''.



Caso Battisti


 


O resultado do julgamento de Medina pode ter reflexos positivos para o ex-ativista italiano Cesare Battisti, preso no Rio de Janeiro, domingo passado (PF-Rio prende ex-militante italiano por crimes dos anos 70). Battisti foi membro dos Proletários Armados pelo Comunismo, grupo ligado às Brigadas Vermelhas e responsabilizado por diversos atentados.



Battisti, de 52 anos, está preso na Polícia Federal em Brasília, aguardando julgamento do pedido de extradição feito pelo governo italiano. Em 1993, foi julgado à revelia e condenado a prisão perpétua como suposto autor dos assassinatos de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Andrea Campagna e Pierluigi Torregiani. Sempre negou sua responsabilidade nesses crimes.



Segundo o Ministério da Justiça do Brasil, a Itália tem 40 dias a partir do momento da detenção para formalizar o pedido de extradição, que será examinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).



Outros antecedentes



Existem outros antecedentes de extremistas italianos, em que o Supremo negou a extradição. São os casos do sociólogo Pietro Mancini, que mora no Brasil e aderiu ao ''comitê de defesa'' de Battisti.



O Supremo também rejeitou as extrações de Achille Lollo, em 1993, e de Luciano Pessina, em 1997. Ambos eram membros das Brigadas Vermelhas, organização de extrema esquerda responsável por, entre outros crimes, o seqüestro e assassinato do ex-primeiro- ministro italiano Aldo Moro.