Antonio Capistrano: Capitalismo: quinhentos anos de maldade.

  O histórico do capitalismo é aterrorizante. Uma história macabra de tortura, assassinatos, genocídios, guerras, corrupção, sabotagem, roubo, contrabando, pilhagem. Isto não são coisas do passado, é uma prática do capitalismo até os dias de hoje.

 O continente africano é um exemplo, não único, da presença devastadora do capitalismo, sistema que vem aprofundando a miséria, a fome, a violência, a delinqüência infanto-juvenil, a droga e a prostituição em todo o mundo.



 Para entendermos o verdadeiro sentido do capitalismo, que se esconde por trás de um sistema dito “democrático”, é necessário estudar com profundidade, sem uma concepção pré-estabelecida, os meandros do processo de acumulação de riqueza desse sistema. Esse processo começa a partir do século XVI com a expansão comercial e com o domínio dos mares e a ocupação de novas terras na África, nas Américas e na Ásia pelas potências européias da época. Estudando a história de Portugal, Espanha, Holanda, França e Inglaterra durante esse período, com a ocupação militar e administrativa do continente africano, se consolidando com a dominação européia das Américas e da Ásia, entenderemos a miséria e o atraso dos países periféricos e a riqueza das potências capitalistas.



 Basta vê o que o “bondoso” rei Leopoldo II da Bélgica fez no Congo Belga no final do século 19. O que os colonialistas belgas fizeram com o líder da independência daquele país, Patrice Lumumba, assassinado covardemente no inicio dos anos sessenta após ter conquistado através de uma grande luta a independência do seu país. Prática comum dos países colonialistas em toda África.



 Leiam a história da escravidão negra e do trafico negreiro. Tráfico esse comandado durante trezentos anos pela Inglaterra com o apoio de Portugal, Espanha e Holanda. Quantas vidas foram ceifadas com esse comércio macabro, o ser humano transformado em mercadoria. Vejam o processo de montagem da estrutura de exploração colonial e depois a Revolução Industrial com a exploração da classe operaria através da mais-valia, espalhando pelo mundo a fome.



  Quem provocou e provoca as maiores atrocidades e carnificinas no mundo? Vejam as guerras incentivadas com o objetivo de estimular o desenvolvimento da indústria armamentista e aumentar a área de dominação dos interesses do capital, apoiando ditaduras sangrentas e vocês respondem a essa pergunta sem pestanejar: os interesses imperialistas das nações capitalistas.



 Quem domina o arsenal nuclear no mundo? Quem utilizou, até hoje, arma atômica em um conflito entre nações? Quem possui o maior arsenal de armas químicas e biológicas do planeta? Quem usou napalm na guerra do Vietnã? Quem assassinou mais de um milhão de pessoas no Iraque? Qual o país que tem o maior número de bases militares espalhados por todos os continentes?



 Antes do fim da União Soviética, os países capitalistas, capitaneado pelos Estados Unidos, justificavam as suas atrocidades em nome da “democracia”, assim eles incentivaram as piores e mais cruéis ditaduras do mundo.  Contra o “perigo” do comunismo eles desestabilizaram governos eleitos democraticamente nos países periféricos, apoiaram ditaduras. Nos quinhentos anos do sistema capitalista, os povos dos países do terceiro mundo não têm o que comemorar.


 


Antonio Capistrano é do Partido Comunista desde 1960, ex-reitor da Universidade Estadual do RN, ex-deputado estadual; ex-vice-prefeito de Mossoró; Dirigente Estadual do PCdoB/RN.