Em debate, Dilma afirma que Marina só tem frases de efeito e genéricas

O segundo debate entre os candidatos à Presidência da República na TV ocorreu nesta segunda-feira (1º) no SBT, promovido em conjunto com o jornal Folha de S. Paulo, o sitio de internet Uol e a rádio Jovem Pan. Mediado pelo apresentador Carlos Nascimento, o encontro contou com a participação de sete dos dez candidatos à Presidência.

O confronto principal refletiu o reordenamento das últimas pesquisas eleitorais e foi protagonizado pela candidata à reeleição Dilma Rousseff e a candidata do PSB, Marina Silva. Aécio Neves, candidato do PSDB, ficou em segundo plano.

No início do debate, ao ser questionada por um jornalista sobre a economia, Dilma foi enfática. “Eu considero que a queda na atividade econômica que nós estamos vivenciando é momentânea. Menos dias úteis e prolongamento da crise econômica internacional têm um grande impacto. O mercado consumidor aumenta por conta do emprego e por conta do aumento de salários. A inflação hoje está próxima de zero. E ao mesmo tempo o crédito está sendo ampliado.”

Dilma comentou a opinião da candidata Marina sobre o mesmo tema. “Eu acho, candidata Marina, que é preciso reconhecer os erros e limitações, até porque um diagnóstico errado vai levar a um caminho errado. Propor como forma de solucionar a questão econômica no Brasil a autonomia do Banco Central só levará a maior dificuldade na regulação do sistema financeiro, o que, aliás, foi um dos pontos centrais quando houve a crise do mercado internacional.” Esta afirmação da presidenta Dilma deixou claro para os telespectadores que a proposta de independência do Banco Central demonstra que Marina Silva é a candidata dos banqueiros.

Dilma perguntou a Marina sobre sua atitude de desdém para com o pré-sal como fonte de recursos para o país. A presidenta questionou Marina sobre quais seriam as fontes de recursos da candidata para pôr em prática seu plano de governo. “O programa de seu governo tem 242 páginas e apenas uma linha para o pré-sal, e a senhora disse que o petróleo do pré-sal é uma aposta estratégica errada. Candidata, por que esse desprezo por uma riqueza tão importante para o Brasil, para a saúde, para a educação dos brasileiros e tão invejada no mundo?”, questionou Dilma.

Dilma defendeu também o que deu certo em seu governo. “Nós tiramos 36 milhões de pessoas da pobreza e elevamos 42 milhões de pessoas à classe média. Muitas coisas nós ainda vamos ter de continuar fazendo. Agora, eu quero dizer que há uma contradição entre querer uma política macroeconômica atrelada a interesses e uma forma de visão que é para desempregar, para arrochar, para aumentar preço de tarifa e para aumentar impostos. E ao mesmo tempo defender políticas sociais. Não cabe, não cabe”, retrucou, desmascarando a candidata Marina quando essa afirma que vai conciliar políticas macroeconômicas neoliberais com política sociais.

Em outro momento do debate, Dilma continuou a questionar Marina. A presidenta disse que é um risco não se comprometer com nada. “Ter só frases de efeito e frases genéricas.” E continuou: “O que ocorre quando se é presidente da República é que se tem de explicar como vai ser feito”, criticou.

Ao responder a Aécio Neves sobre investimentos em mobilidade urbana, Dilma Rousseff disse que o candidato tucano tem memória fraca. “A sua memória é tão fraca que no caso do transporte público o senhor esquece que nós temos parceria com o governo do estado de Minas em todas as grandes obras de mobilidade urbana que existem lá.”

Apesar de tentar se esconder em formulações genéricas, Marina acabou confessando que seguirá o plano de governo tal como nos tempos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso, mas não deixou claro em quais aspectos. “Eu tenho dito que vamos manter sim as conquistas da política econômica do governo do Fernando Henrique.”

Nas conclusões finais, Dilma explicou que defende as realizações de seu governo, mas não está completamente satisfeita. “Sei que podemos fazer mais. Quero preparar o Brasil para um novo ciclo de crescimento. Fui eleita para garantir saúde, educação e segurança. Mais do que nunca eu acredito nos brasileiros”, encerrou.

Da Redação do Vermelho