Sem categoria

Futebol: Polícia Militar censura torcida comunista do Ceará

Durante o campeonato estadual de futebol cearense, a torcida Ultras Resistência Coral, do Ferroviário Atlético Clube, vem sendo perseguida pela administração do estádio Presidente Vargas. A faixa “Nem guerra entre torcidas, nem paz entre classes” está

A torcida Ultras Resistência Coral é de extrema esquerda, aglutinando torcedores do Ferroviário Atlético Clube, que defendem nos estádios uma visão classista – combatendo a idéia de que os trabalhadores e o povo pobre devam brigar entre si por causa de preferências futebolísticas.


 


A Resistência Coral também prega a união dos trabalhadores e do povo pobre, seja qual for o time que torçam, para enfrentar o sistema. Essa visão é sintetizada na sua faixa, levada aos estádios em todos os jogos do Ferroviário: “Nem guerra entre torcidas, nem paz entre classes.”


 


A torcida, desde o começo de 2006, vem sofrendo perseguições que não ocorriam nos anos anteriores. Em um jogo do campeonato cearense, a sua faixa foi censurada pela administração do estádio Presidente Vargas, o PV.


 


No inicio deste ano, dia 22 de janeiro, no clássico entre Fortaleza e o Ferroviário, nova repressão, desta vez mais contundente. A faixa da torcida, que tinha o símbolo da foice e o martelo como adereço, foi rasgada pela polícia com um punhal. O comandante da Tropa de Choque avisou que “não permitirá mais referências ao comunismo nas laterais do campo.”


 


O preconceito da Globo


 


A poderosa Rede Globo, detentora do direito de transmissão dos campeonatos estaduais pelo Brasil, exibiu na última semana uma matéria sobre a violência nos estádios de futebol no programa Linha Direta. Na matéria, é atribuído ás classes mais pobres a culpa pela intolerância praticada nas praças esportivas. Para os torcedores, a emissora pode estar trabalhando, em conjunto com a PM e administração dos estádios, pela censura a livre manifestação dos torcedores.


 


Trata-se de uma medida totalmente arbitrária e ilegal, caracterizando o retorno da censura política no Brasil.


 


Parece que aos donos do poder estão incomodados com torcidas que dizem aos trabalhadores que freqüentam estádios de futebol que devem se unir, ao invés de brigar entre si. Fica claro que a burguesia prefere as “gangues” que brigam e se matam por causa de preferências de time.


 


Ver a juventude pobre da periferia se matando é muito mais agradável para a burguesia, que sempre utilizou a tática do “dividir para reinar.”


 


* Presidente da Torcida Fúria Andreense do Santo André de SP.