Dilma: Querem impor um projeto de governo ultraconservador

A presidenta Dilma Rousseff esteve em Aracaju nesta segunda-feira (25) para denunciar o golpe em curso no Brasil. Na ocasião, ela ressaltou que o intuito dos golpistas de afastá-la da Presidência é para impor “um profundo retrocesso” ao país, instituindo um projeto de governo ultraconservador com “perdas de direitos para o nosso povo”. O ato, que contou com a participação de lideranças políticas e sociais, ocorreu na Praça General Valadão, no centro de Aracaju.

Dilma em Aracaju

Ao citar os programas sociais que estão sendo barrados pelo governo Temer, como o Mais Médicos e o Pronatec, Dilma ressaltou sua preocupação com o retrocesso dos direitos fundamentais como da educação e saúde. “Eles querem acabar com a saúde pública e com o ensino público e gratuito”, destacou.

Pauta ultraconservadora

A presidenta destacou que os golpistas “querem impedir que o povo brasileiro tenha acesso ao Sistema Único de Saúde”. “Eles falam que a saúde pública não cabe no orçamento, não cabe no orçamento que eles planejam, entregando os recursos para aqueles que são a parcela mais rica da população brasileira.” 

Para Dilma, o objetivo é criar um plano de saúde pública pequena, privilegiando os planos privados de saúde. “Eles querem fazer um plano de saúde pequeno, mínimo, para os mais pobres”, denunciou.

Educação

“Estão tentando acabar com a universidade pública, estão tentando acabar com o ensino gratuito e vários programas que nós fizemos. Em menos de dois meses estão sendo enterrados na calada da noite e na escuridão que eles impõem aos dias, como o Pronatec”, citou Dilma.

A presidenta Dilma criticou o projeto Escola Sem Partido. “Para eles, a educação tem que ser amordaçada. Educação sem posicionamento, sem visão política, sem a crítica e o debate trata-se não de educação, mas de treinamento” (…) “Querem nos transformar num bando de carneiros”, desabafou.

Direitos trabalhistas

Dilma Rousseff disse que o lema que se aplica a um governo golpista, interino e ilegítimo é: “Nem um direito em pé”, é isso que eles querem, disse. “Nós não, nós queremos nenhum direito a menos. Neste processo temos que ter clareza e temos que lutar.”

“E para os trabalhadores, o que eles propõem?”, “uma reforma das leis trabalhistas”, respondeu.

A presidenta eleita citou a reforma das leis trabalhistas, proposta pelo governo Temer que impõe o negociado sobre o legislado, “retirando os direitos dos trabalhadores conquistados por muita luta”.

Para Dilma, essa é tendência do governo golpista, achar que a saída da crise é reduzir direitos individuais e coletivos. “Os recursos vão para uma parte da população que eles acham que merecem os benefícios”, destacou.

Processo de impeachment

Ao final do seu discurso, a presidenta Dilma voltou a ressaltar que irá lutar até o último minuto para reverter o processo. “Eu vou lutar para reverter, mas tenho certeza que a força do povo é o mais forte argumento que nós temos para colocar na mesa. A organização, a força e a firmeza são cruciais neste processo de votação do mérito” do processo de impeachment no Senado.

Abaixo a íntegra da fala da presidenta eleita: