Wellington Dias: Nova eleição é gesto de grandeza de Dilma

Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, do Brasil 247, o governador Wellington Dias, do Piauí, defende a volta da presidenta Dilma Rousseff e a realização de novas eleições. “É preciso devolver ao povo o que lhe foi tirado”, disse ele, reforçando que é preciso devolver legitimidade à Presidência da República, com a convocação de um plebiscito sobre novas eleições.

Wellington Dias governador do Piauí

Sobre o processo de impeachment em andamento no Senado, o governador piauiense disse que é evidente que a presidenta Dilma não cometeu crime de responsabilidade.

“Minha posição é muito clara. Desde o início, eu tive o privilégio de conviver com a presidenta Dilma. Todos sabem que ela é honesta. Aliás, nesses dias eu estava no município de Nova Santa Rita do Piauí e um trabalhador rural me disse: tiraram a presidenta porque ela é honesta demais. Isso demonstra claramente que, para cada vez mais pessoas, fica claro que ela não cometeu crime de responsabilidade. Aliás, ela não cometeu crime algum. Ora, é uma ameaça à própria democracia, na minha opinião, afastar e consolidar o afastamento de uma presidente eleita com 54 milhões de votos sem que tenha cometido nenhum crime de responsabilidade”, enfatizou o governador.

Para Wellington Dias, as manobras golpistas para afastar a presidenta Dilma são um risco para a democracia. “Certamente. E o risco não é só para quem é presidente, para quem é governador, para quem é prefeito. Para qualquer pessoa do setor público ou do setor privado. Se pode com o presidente, pode com todos. Onde é que isso faz uma interface com a economia? Vamos ser sinceros. Se tivéssemos uma economia com crescimento e geração de emprego, seria aberto um processo como esse? Acho que não. Na minha opinião, erros na economia geraram esse processo e o Congresso praticamente parou, principalmente na Câmara. Houve um boicote à governabilidade”, salientou.

Ainda sobre a proposta de realização de um plebiscito para novas eleições, o governador afirma que “a eleição é a saída democrática que o Brasil necessita”.

“Chamar essa eleição seria um gesto de muita grandeza da presidenta Dilma, que, na verdade, teria o direito de concluir seu mandato até 31 de dezembro de 2018”, frisou o governador, destacando que o passo seguinte é a realização de uma reforma política. “Hoje, nós temos o pior sistema do mundo. É muito caro, foi contaminado pelo financiamento privado, que gerou todas essas distorções, e ainda por cima é extremamente judicializado. Com isso, vamos poder cuidar da economia, pensando no povo brasileiro. Foi com esse olhar que a presidenta Dilma pensou na consulta popular. Embora ela tenha o direito de seguir até o fim de 2018, ela se submete à população que a elegeu. O povo é sábio. Na minha opinião, o povo quer o respeito à Constituição. Ou seja: quer que a eleita retorne a seu mandato. Ao mesmo tempo, o povo quer uma saída para este impasse. Por isso que eu vejo como um gesto de muita grandeza da presidenta Dilma a consulta popular”.