Rio 2016: Histórias que superaram a pobreza e a desigualdade 

 As políticas públicas criadas há 10 anos e que tem assegurado inclusão social inédita no Brasil repercutiram na Rio 2016. Comoveu a todos a história do filho da faxineira da rodoviária de Salvador, Isaquias Queiroz dos Santos, que conquistou três medalhas na canoagem. O ex-feirante Robson Conceição, medalha de ouro no boxe, tem trajetória familiar semelhante a de Isaquias. Com o apoio de políticas de inclusão, os atletas superaram a desigualdade.

Isaquias e a mae dona dilma - Fotos Públicas Brasil 2016
“Eles possuem a mesma história de milhões de brasileiros de família humilde, que viram no esporte a possibilidade de uma vida digna”, afirmou o ex-jogador e atual deputado estadual (PCdoB-BA), Bobô, em moção dirigida aos atletas baianos que participaram das Olimpíadas que se encerraram neste domingo (21). 
 
A judoca Rafaela Silva é carioca mas se encaixa na descrição de Bobô. É também de família humilde do bairro carioca Cidade de Deus, comunidade que registra alto índice de violência. Rafaela teve a vida transformada pelo esporte. 
Assim como Isaquias, o esporte chegou até ela através de um projeto social. No caso dele foi o Segundo Tempo, criado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que iniciou também o programa Bolsa-Atleta, que em 2015 completou 10 anos. Rafaela foi beneficiária do Bolsa-Atleta.
O Segundo Tempo também acolheu o parceiro de Isaquias na canoagem, Erlon. De tirador de areia, que seria usada em construções, o também baiano se tornou medalhista de prata na Rio 2016. 
Informações do Portal do Ministério do Esporte, desde 12 de maio deste ano sob o governo interino de Michel Temer, informou neste domingo (21) que 17, das 19 medalhas conquistadas foram obtidas por beneficiários do Bolsa Atleta.
Apesar do sucesso da política de uma década, o governo interino não sabe se manterá o programa. Nas palavras do secretário provisório de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luís Lima, “A vontade é de manter o programa”. Mas…
Vai na contramão do que escreveu Bobô: “Nesse momento extraordinário para a Bahia e o Brasil, é fundamental reforçar a importância de o esporte se tornar política de Estado e ferramenta de transformação de vidas. Mas do que celebrar as medalhas, exaltamos histórias de vida vencedoras de novos heróis baianos e orgulhos nacionais”, enfatizou Bobô.
Isaquias também lamentou a incerteza quanto à permanência do programa sinalizada pelo governo interino. Para ele o valor da medalha está porque é resultado de um programa social.
Colocar Isaquias no programa Segundo Tempo aquietou o coração da mãe, Dona Dilma. Ela temia pela integridade do filho, que já havia perdido um rim em um acidente quando criança. O objetivo era ocupar o menino o dia inteiro com esportes.
Resultado: Isaquias Queiroz dos Santos conquistou duas medalhas de Prata e uma de Bronze na canoagem. É hoje o maior medalhista olímpico do Brasil em uma única olimpíada.

Erlon, Isaquias, Rafaela e Robson (foto) retratam os avanços sociais conquistados no Brasil dos últimos 12 anos que romperam parcialmente com o ciclo de exclusão dos mais pobres através de políticas inéditas de combate à pobreza e à desigualdade.