Em BH, excluídos gritam contra impeachment e pedem eleições diretas 

Tradicionalmente realizado no dia 7 de setembro, o ato Grito dos Excluídos no centro de Belo Horizonte se converteu em um protesto contra o governo de Michel Temer, como ocorreu nas várias capitais e grandes cidades do país.E foi considerado o maior de todos, reunindo cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores. Contrários ao impeachment de Dilma Rousseff, os manifestantes pediam a convocação de eleições diretas.  

Em BH, excluídos gritam contra impeachment e pedem eleições diretas - Agência Brasil

“Todos nós, povo brasileiro, classe trabalhadora, juventude, pobres e negros, estamos excluídos. Esse golpe excluiu as mulheres do poder e dos ministérios, excluiu a diversidade, excluiu a perspectiva de futuro. Portanto, é natural que os excluídos peçam a saída de Michel Temer", disse Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG).

Os manifestantes se reuniram na Praça Raul Soares e marcharam até a Praça da Estação. Ao passar pela Praça Sete, o ato encontrou uma barreira de policiais fechando a passagem para a Avenida Afonso Pena, onde ocorria o desfile oficial da prefeitura – que também acontece anualmente no dia 7 de setembro. Na praça, também estava montado um estande onde militantes golpistas recolhiam assinaturas em apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 412, que trata da autonomia da Polícia Federal. Apesar do encontro entre os dois grupos, não houve incidentes.

Militantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) de Rondônia, que participam na capital mineira do 3º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude, foram para manifestação sujos de lama para lembrar a tragédia que ocorreu no município de Mariana (MG), em novembro do ano passado, quando uma barragem da mineradora Samarco se rompeu deixando 19 mortos e provocando danos ao meio ambiente.

Maior "Grito" de todos

Para Nilmário Mirando, ex-ministro dos Direitos Humanos e atual titular da Secretaria de Direitos Humanos do Estado de Minas Gerais, esse foi o maior “grito” de todos. "Michel Temer está mudando o projeto de país que foi escolhido nas urnas. E está estimulando esse movimento, pois as pessoas não vão aceitar esse golpe. Ano passado tiveram 500 pessoas no Grito dos Excluídos. Esse é o maior grito da história dos gritos", disse.

Nilmário também comentou a relação entre o governo mineiro e o governo federal. "Há uma diferença clara na forma de fazer política. Enquanto Michel Temer extinguiu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, nós criamos em Minas Gerais a Secretaria de Direitos Humanos. Estamos investindo no direito das mulheres e dos gays, lutando pela igualdade racial". Na semana passada, o deputado estadual Rogério Correia (PT) defendeu que o governador mineiro Fernando Pimentel não reconheça o governo de Michel Temer.