Trabalhadores do transporte convocam setor rumo à greve geral

Trabalhadores do transporte se reuniram na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) na última sexta-feira (07) para mobilizar o setor rumo à greve geral. Uma grande plenária foi convocada para o próximo dia 21, na quadra do Sindicato dos Bancários, para organizar os detalhes da participação do setor na paralisação marcada para o dia 11 de novembro.

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A plenária contou com uma análise conjuntural do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Desde 2008, os trabalhadores do mundo sofrem com a crise econômica que nos aflige. O Brasil conseguiu se esquivar em 2008, porém desde o ano passado sentimos os efeitos dessa crise, que já é uma das maiores de nossa história”, explicou.

 
Para Clemente, o avanço da direita não é um fenômeno brasileiro, ele se repete na América Latina e na Europa. “Essa mudança política cobrará severamente da classe trabalhadora as perdas provocadas pela crise”, afirmou. Ele vê com pessimismo a retomada da economia brasileira. “No cenário mais otimista, o desemprego só voltará a crescer após a metade de 2017.”
 
O diretor técnico do Dieese criticou a PEC 241, que restringe os gastos do governo por 20 anos. “Ao invés do Estado brasileiro animar o mercado, o Estado brasileiro está restringindo seus investimentos. Em momentos de crise, quem anima o mercado é o Estado. Então, não há perspectiva de que a locomotiva do Estado vá puxar nossa economia”, afirmou Clemente, para quem, a possível aprovação do projeto irá causar um efeito dominó no Brasil. “Se essa PEC for aprovada, vai exigir que o governo mexa na Previdência, que deve ser votada em 2017. Aliás, assim que aprovar a PEC 241, o governo dirá que é forçado a mexer na previdência pois deve, por lei, gastar menos.”
 
Para o presidente da CTB, Onofre Gonçalves, é impossível pensar uma greve geral sem a participação do setor de transportes. “É uma categoria importante para a classe trabalhadora. Metroviários, motoristas, entre outras, são fundamentais, só assim podemos parar o país contra esses ataques aos direitos trabalhistas”, afirmou Onofre Gonçalves.