Ato denuncia ataque ao MST e criminalização da luta por direitos

Em solidariedade ao Movimento dos Trabalhores Rurais Sem-Terra (MST), organizações populares, partidos políticos e parlamentares realizaram uma manifestação neste domingo (6), no Assentamento Geraldo Garcia, na região de Sidrolândia, a 60 quilômetros de Campo Grande. Os manifestantes denunciaram a ação truculenta da Polícia Civil, que invadiu a escola dos assentados (Centro de Pesquisa e Capacitação – CEPEGE), na madrugada de sexta-feira (4).

Solidariedade ao MST-MS

Participaram da manifestação sindicatos e federações, entidades estudantis e juvenis, organizações de mulheres, da população negra, do movimento LGBT, da Central Única dos Trabalhadores – CUT e da Frente Brasil Popular (FBP-MS), além dos vereadores de Sidrolândia Jean (PT), Vadinho (PDT); representantes do deputado estadual João Grandão (PT-MS), do deputado federal Zeca do PT e de dirigentes estaduais do PCdoB-MS.

Marina Ricardo Nunes, representante de Mato Grosso do Sul na direção nacional do MST, emocionou-se ao dizer que a solidariedade e a união dos movimentos sociais darão a energia necessária para a resistência à criminalização dos que lutam pelos direitos do povo. “Lutar não é crime”, afirmou a assentada, corroborando o lema levantado em resposta à truculência da operação policial denominada Castra, que envolveu, além do ataque em MS, invasões no Paraná e em São Paulo, todas sem mandado ou sequer identificação.

Consequências do golpe

Genilson Duarte, presidente da CUT-MS, conclamou o movimento sindical à união para barrar o desmonte do país. “Não somente nos criminalizam, mas retiram direitos. Todas as categorias estão ameaçadas, o ataque mais recente foi contra os trabalhadores públicos, que tiveram negado seu direito constitucional de greve”, afirmou o sindicalista. Para Roberto Botareli, presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul – FETEMS, "o golpe não foi dado contra uma presidenta, contra um partido, foi dado contra a classe trabalhadora".

O presidente estadual do PCdoB-MS, Mario Fonseca (foto), afirmou que “a serviço da ditadura imposta pelas oligarquias financeiras, o bando de Temer, a grande mídia e o aparato repressivo – Ministério Público, polícia e Judiciário – recrudescem o regime de exceção para criminalizar quem luta contra a restauração neoliberal, que cada vez mais adquire contornos fascistas". O dirigente comunista lembrou que não é a primeira vez que a elite brasileira, “retrógrada, entreguista e tacanha”, submete o país, mas, como em outros períodos sombrios da nossa história, o povo se levanta e resiste.