Secretário geral da ONU faz chamado a empoderamento das mulheres

O secretário geral da ONU, António Guterres, conclamou nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a empoderar as mulheres, como única forma de proteger seus direitos e garantir que alcançam todo seu potencial.

António Guterres

Em sua mensagem pela data, o funcionário público advertiu que a situação das mulheres e das meninas piora em muitas partes do planeta, vítimas da discriminação, da violência e da falta de oportunidades, entre outros males.

"Os direitos da mulher são direitos humanos. No entanto, nestes tempos tão difíceis, à medida que nosso mundo se torna mais imprevisível e caótico, os direitos das mulheres e das meninas se veem reduzidos, limitados e revogados", advertiu.

De acordo com o secretário geral da ONU, os desequilíbrios históricos nas relações de poder entre o homem e a mulher, agravados pelo aumento das desigualdades dentro das sociedades e dos países, estão dando lugar a uma maior discriminação contra as mulheres.

"Os direitos das mulheres, que nunca foram iguais aos dos homens em nenhum continente, estão se deteriorando ainda mais. O direito da mulher sobre seu próprio corpo está sendo questionado e socavado. As mulheres são sistematicamente objeto de intimidação e assédio tanto no ciberespaço como na vida real", lamentou.

Guterres condenou também o fato de extremistas e terroristas construírem suas ideologias em torno da submissão das mulheres, incluindo as meninas, que são usadas como alvo da violência sexual e de gênero, são submetidas a casamentos forçados e obrigadas a viver praticamente em condições de escravidão.

Também criticou que apesar de alguns avanços nos últimos anos, elas continuam sendo afetadas pela desigualdade econômica e menor acesso a cargos em diferentes setores e níveis da sociedade.

O secretário geral estimou que a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável representa para a comunidade internacional uma oportunidade de avançar rumo à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres.

Por sua vez, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Zeid Al-Hussein, enfatizou a urgência de abandonar práticas, traduzidas em ocasiões em leis, dirigidas a controlar as decisões das mulhers sobre seu corpo, sua saúde e sua vida.

Zeid ofereceu seu apoio às mulheres que nos cinco continentes lutam por seus direitos. "É tempo de nos unirmos para proteger as conquistas e apoiá-las", afirmou.