Qual o modelo de Estado? 

Com a redemocratização do Brasil nos anos 1980, os constituintes escolheram transitar de um modelo de Estado altamente verticalizado para um outro modelo horizontalizado em várias instâncias autônomas que supostamente colaborariam para a desconcentração do poder de instâncias únicas segundo a teoria liberal dos "checks and balances". 

Por: Matheus Felipe de Castro

Criou-se, assim, um Judiciário independente, um Ministério Público autônomo, uma Polícia autônoma, órgãos e mais órgãos todos autônomos entre si, tudo baseado na boa ideia de que com isso avançaria a democracia no país.

Passados quase 30 anos, o que vemos é que esse modelo de Estado criou ilhas de poder altamente burocratizadas, com interesses corporativos próprios, ilhas que lutam entre si por espaços de influência no controle do Estado.

Já não temos mais um quarto poder, mas um quinto, um sexto, um sétimo…

Essa tecnologia de (des)organização do Estado está nos levando à paralisia política e econômica exatamente por falta de projeto único, ou seja, de centralidade de uma política única de desenvolvimento soberano da nação.

Os EUA, sempre aclamados como o modelo ideal de organização para os brasileiros que veneram o "american way of life", deveria agora ser observado seriamente: lá, o Estado é altamente centralizado quanto à execução das políticas nacionais.

O FBI e a CIA agem nas sombras, conforme um plano definido pelas políticas de segurança nacional. Não há autonomia para ir à imprensa fazer pirotecnia. É impensável que esses órgãos criem escândalos que coloquem o setor mais sensível da grande nação do norte (a economia) em situação de vulnerabilidade.

Já aqui, Judiciário, Ministério Público e Polícia agiram nos últimos anos para desmontar:
a) o Pré-sal;
b) o desenvolvimento da centrífuga brasileira de enriquecimento de urânio;
c) o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro e, agora
d) o desmonte do agronegócio nacional, tudo de forma irresponsável.

Também não acredito em teorias da conspiração, mas quando se observa quais os interesses atingidos e quais os interesses beneficiados em todas essas operações, é difícil, mesmo não acreditando nas bruxas, continuar a sustentar que elas não existem!