Cordel: Homenagem aos 95 anos do Partido Comunista do Brasil

Por Rita Lisboa e Cabo Chico

Foice e Martelo (xilogravura)

O trajeto que faz a tua história
Em defesa da causa popular
Nessas paginas a luta vai contar
Que os anos de embates e de gloria
São guardados no fundo da memoria
Dos teus bravos guerreiros militantes
Que não deixam apagar dos seus semblantes
Muita dor e também muita alegria
E a esperança de ver um novo dia
Na derrota das classes dominantes

1922, há noventa e cinco anos
Teve início tua vida gloriosa
Construída com gente valorosa
Sem levar em conta os desenganos
Com bravura e coragem os seus planos
Libertar o Brasil da opressão
Pois nos prova às razões do coração
Que guerreiros doaram sua vida
Com a foice e martelo na sua lida
Abraçaram um Partido em construção

Arrimado em teses marxistas
Se postou a lutar contra fascismo
Combatendo o imperialismo
Em defesa da paz e liberdade
Da unidade do campo com a cidade
Fez ban deira erguida a cada dia
Pra acabar de uma vez com a tirania
De um sistema excludente e desigual
Defendeu um regime social
Com justiça e maior democracia

Duro golpe sofreu na ditadura
No perverso regime militar
Nosso brado eles tentaram calar
Nos porões se ouviu gritos de tortura
Generais com suas botas linha dura
Pra banir os sonhos socialistas
Os tiranos cruéis e vis golpistas
Nossos bravos guerreiros torturaram
Massacraram, mataram e não calaram
A voz do partido comunista

Foi as margens do Rio Araguaia
Que provou em batalha sua bravura
Combatendo à cruenta ditadura
Entreguista, anti povo e sanguinária
Juventude com ideias e metralha
Com o povo tecendo o novo mundo
Imbuído do amor pura profundo
Decidiu que quem sabe faz a vez
Defenderam terra pra o camponês
Pra acabar de vez com o latifúndio

E no nosso estado o Ceará
Dois valentes guerreiros camaradas
Das Gerais a cumprir longas jornadas
Com a tarefa da luta organizar
Com Abel e com Gilse Avelar
O partido teve a reconstrução
E contou com a participação
E a força do campo e da cidade
A clamar por justiça e liberdade
E banir de uma vez a opressão

Hoje em dia o Brasil está confuso
A direita insistindo em voltar
Fiquem certos que vão nos encontrar
Com a foice e o martelo em mãos erguidas
Não importa que custe a nossa vida
Os golpistas aqui não mandarão
A esperança e nossa união
Com esse povo valente e varonil
Em aliança com o PC do Brasil
Erguerá nessa terra uma nação.