Metalúrgicos de Caxias: chapa da CTB eleita com 67,4% dos votos

A Chapa 1 venceu a eleição no Sindicato dos Metalúrgicos ocorrida nos dias 3, 4 e 5 de maio, e reafirmou a continuidade do trabalho que vem sendo realizado desde meados dos anos 1990 na entidade. Este resultado também mostrou que, mesmo em uma conjuntura complexa marcada por sentimento de mudança, são decisivos o correto posicionamento político de campanha, a unidade e um discurso franco, que mostra a verdade e o rumo para a luta dos trabalhadores.

Claudecir Monsani, Jovani e Assis Melo

 A chapa 1, Sindicato Forte, reeditou a composição entre CTB e CUT que dirige o Sindicato. Presidida por Claudecir Monsani, atual vice-presidente da entidade, fez uma votação expressiva e venceu a eleição com 67,4% dos votos (3.792); a Chapa 2, de oposição (Conlutas), fez 27,2% dos votos (1.531); votos nulos e brancos somaram 5,4%.

A campanha nas fábricas durou cerca de um mês. A eleição foi intensamente disputada, porém sem maiores incidentes. Segundo o presidente da Comissão Eleitoral, Henrique Silva,"o pleito transcorreu com normalidade e as duas chapas corresponderam ao esperado no seu comportamento perante o eleitor e as regras do processo".

A situação, representada pela Chapa 1, Sindicato Forte, firmou-se com um discurso bem articulado de continuidade com renovação segura para a entidade. O seu material de campanha afirmava: "Uma nova direção, para um novo tempo de lutas: contra as reformas e os retrocessos; uma direção renovada para conduzir a entidade, mas que carrega consigo a história de lutas e o que se conquistou junto com a categoria ao longo dos últimos anos".

Imagem e respeitabilidade foi fator decisivo

Hoje, o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias goza de grande respeitabilidade local. O trabalho realizado desde os anos de 1990, quando teve o ex-presidente Jorge Rodrigues à frente da entidade, foi de recuperação do patrimônio e das lutas sindicais. Este trabalho teve continuidade com o atual presidente licenciado da entidade, o deputado federal Assis Melo, que assumiu a presidência em 2002. De um sindicato que estava quebrado, com a sede social penhorada no final dos anos de 1990, a entidade passou a ser exemplo de solidez. Construiu uma grande área de lazer, ampliou convênios e serviços, modernizou sua sede principal, adquiriu subsedes nos municípios da base e um novo terreno no centro de Caxias para a construção de nova sede social.

Estes argumentos, junto das conquistas em dissídios e da reconhecida qualidade dos serviços prestados aos sócios e dependentes emularam um grande debate na categoria sobre o significado da eleição neste momento: qual Sindicato os metalúrgicos de Caxias necessitam agora em um período de ataques aos direitos trabalhistas? A resposta que orientou a narrativa da campanha da situação: necessitamos de um Sindicato Forte, com renovação, unidade e luta!

Oposição

A oposição, liderada por um ex-dirigente do Sindicato, "Luizão Metalúrgico", posicionou-se como a mudança para a categoria. Porém, centrou seu discurso em críticas aos posicionamentos políticos do Sindicato e a posição da entidade contra o golpe, criticou os serviços e prometia acabar com contribuições que hoje mantém a entidade. Esta linha foi identificada pela chapa de situação como risco de enfraquecimento da luta do Sindicato, o que a categoria também foi percebendo ao longo da campanha.

Vitória expressiva

A apuração final dos votos terminou por volta das 3h da manhã deste sábado (6). Ao todo foram 5.627 votantes em 22 urnas, sendo que duas delas ficaram na sede central para atender principalmente os aposentados. As demais 20 percorreram mais de 500 empresas.

O presidente eleito, Claudecir Monsani, não escondeu a alegria de ter obtido o alto percentual de votos. Também assinalou a grande responsabilidade que a nova direção terá neste próximo período, tendo em vista a luta contra as reformas trabalhista e da previdência que podem acabar com direitos fundamentais dos trabalhadores.

“Temos muitas lutas pela frente, e é com a nossa união que podemos avançar. Temos o dissídio deste ano que já é logo em seguida (junho), no qual vamos lutar pela valorização do metalúrgico; e também temos grandes mobilizações ao lado dos demais trabalhadores e da sociedade para barrar os retrocessos que tentam atacar nossos direitos”, salientou.

Monsani também disse que a vitória foi uma demonstração de que a categoria compreendeu a necessidade de uma renovação segura na direção, sem abrir mão da continuidade do trabalho que colocou o Sindicato dos Metalúrgicos em destaque no estado e no país. “Já passamos por gestões muito importantes no Sindicato, como a do Jorge Rodrigues e a do Assis Melo; agora, nosso compromisso é seguir em frente, honrar esta entidade que tantas conquistas tem obtido e fazer ainda mais pela categoria: fazer um Sindicato Forte”!

Unidade e luta

O presidente da CTB no RS, Guiomar Vidor, saudou a vitória da Chapa 1. "Para nós, da CTB, e para os trabalhadores de Caxias, do Rio Grande e do Brasil, é muito importante que este sindicato siga sendo dirigido por pessoas que têm a consciência política da luta dos trabalhadores."

O atual presidente licenciado do Sindicato, deputado federal Assis Melo, chamou a atenção sobre a responsabilidade desta nova direção eleita. Destacou a necessidade de se qualificar permanentemente o trabalho de base dentro das fábricas, que é o que define o grau de representatividade da entidade, segundo ele. "É lá (no chão da fábrica) que acontece a exploração, é lá que o trabalhador está sendo desrespeitado, é lá que o trabalhador está submetido a riscos para a sua saúde".

Melo também falou sobre os grandes desafios que estão colocados no horizonte para os trabalhadores. Além da luta contra as reformas trabalhista e da previdência, ele fez questão de enfatizar a necessidade da luta pela democracia, que também está ameaçada. "Precisamos lutar junto com os demais trabalhadores e a sociedade para construir uma frente ampla em defesa do Brasil, pela democracia, a retomada do desenvolvimento com valorização do trabalho, com direitos trabalhistas e sociais que hoje estão sendo aniquilados pelo governo golpista de Temer', disse.

Wallace Paz, representando a FITMETAL, também saudou a vitória da Chapa 1. Ele assinalou também a luta contra o processo de desindustrialização que vive o Brasil, que está gerando enfraquecimento da produção nacional, o desemprego e a fragilização da soberania do país. "Os companheiros e as companheiras aqui eleitos têm grande responsabilidades pela frente. Defender o Sindicato dos ataques do governo que visam enfraquecer as entidades; e somarem-se na luta da classe em defesa do Brasil e da democracia", assinalou

A diretoria eleita assumirá no início de 2018 e vai estar à frente da entidade até 2020. É composta por 124 membros.

A Diretoria Executiva possui a seguinte formação:

Presidente: Claudecir Monsani

Vice-Presidente: Adão Jovani de Oliveira Dias

Secretário Geral: Leandro Angonese

Primeiro Secretário: José Amarildo de Almeida Junior

Tesoureiro Geral: Clóvis Danei Alves da Silva

Primeiro Tesoureiro: João Carlos Oliveira Ferreira

Secretários de Departamentos

1. Formação Sindical: Diana Lucia de Souza

2. Imprensa e Divulgação: Anilson Roberto Osório

3. Saúde e Condições de Trabalho: Carlos André Nora

4. Esporte, Cultura e Lazer: Aparicio Tadeu dos Santos Pereira

5. Jurídico e Relações Trabalhistas: Manoel Massoco Gomes

6. Feminino: Vera Lúcia Padilha

7. Relações Intersindicais: Paulo Andrade

8. Administração, Patrimônio e Informática: Elio Neri de Oliveira Marques

9. Tecnologia, Pesquisa e Automação: Leomar da Silva