Comerciárias do RJ denunciam ambiente de trabalho que provoca doenças

A dor nas costas é uma das doenças que mais afastam trabalhadores dos postos de trabalho por mais de quinze dias. Ranking divulgado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) apontou que 116.371 trabalhadores foram afastados do trabalho por conta de dor nas costas em 2016. O comércio é a segunda atividade em que a doença é mais comum.

comerciárias do Rio de Janeiro

Vídeo divulgado pelo Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro acrescenta à lista de doenças que acometem as trabalhadoras do comércio o estresse, varizes, assédio moral, sexual e a depressão.

A entidade, por meio do Coletivo das Margaridas, realiza em maio uma agenda de atividades para levar às comerciárias esclarecimentos sobre a saúde integral da mulher e os direitos das mães trabalhadoras. No dia 28 deste mês se comemora o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher.

“São horas de trabalho em posição sentada, sem intervalos, com a pressão de produzir mais e sem tempo para prestar atenção à postura ou aos movimentos”, afirma release de divulgação da campanha do sindicato dos comerciários.

Ainda de acordo com a publicação, o INSS registrou mais de 43 mil casos de varizes que geraram afastamento do trabalho apenas em 2016. “Quando uma pessoa passa o dia em pé, mas sem andar durante várias horas, como no caso dos operadores de caixa e vendedores, ela dificulta o retorno venoso e facilita em muito o aparecimento de varizes”.

Outras doenças

Também em 2016, foram registrados mais de 52 mil afastamentos por mais de 15 dias por conta de episódios depressivos. A médio prazo, o assédio moral e sexual, as pressões a que são submetidas, o preconceito de gênero e a dupla jornada se transformam em doenças psicológicas.

“Muitas horas sem poder ir ao banheiro também podem complicar a vida das mulheres. Como o xixi serve para limpar as bactérias que se acumulam na uretra, os urologistas alertam que quanto maior for o tempo sem ir ao banheiro, maior será o risco de infecções.

Em 2015, houve o caso de uma trabalhadora dos supermercados Guanabara no Rio de Janeiro que passou pelo constrangimento de urinar na roupa porque não foi permitida a sua ida ao banheiro.

Confira o vídeo realizado pelo coletivo Margarida do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (RJ)