Ocupe Brasília: A semana é de esquenta para marcha do dia 24

As centrais de trabalhadores intensificam nesta semana a mobilização em Brasília contra as reformas da Previdência e Trabalhista que tramitam, respectivamente, na Câmara dos Deputados e Senado Federal. A agenda de audiências públicas é intensa e o movimento sindical tem participado de todas. Além das visitas a gabinetes, os sindicalistas têm recepcionado os parlamentares nos aeroportos dos estados de origem e também na chegada a Brasília.

centrais sindicais

Segundo João Paulo Ribeiro, dirigente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), esta semana será de vigília para receber as caravanas que chegarão para o Ocupe Brasília. Dirigentes das principais centrais brasileiras também dialogarão com parlamentares pela rejeição das reformas.

“Vamos usar todos os meios para pressionar. O Ferraço (Ricardo Ferraço, relator da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos) disse que vai ouvir todo mundo mas antes da reforma trabalhista chegar ao Senado ele havia dito que faria o relatório seguindo o texto da Câmara. Mas nós não desistimos. Estamos nas ruas e no Congresso para denunciar e tentar impedir a aprovação desses projetos”, declarou João Paulo.

O dirigente da CTB afirmou que Brasília verá uma das maiores manifestações dos trabalhadores desde a marcha de 1998 no auge do governo neoliberal do presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Estamos vivendo um cenário de retirada de direitos, uma agenda neoliberal contra os trabalhadores. Vamos responder à altura e tentar levar mais de 100 mil pessoas à Brasília em mais um protesto contra as reformas”, disse.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que foi aprovada na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, poderá ir à votação no plenário da Casa no início da próxima semana. A reforma trabalhista foi aprovada na Câmara dos Deputados e atualmente tramita no Senado com o nome de Projeto de Lei da Câmara 38 (PLC).

Nesta terça-feira (16), haverá a segunda audiência temática no Senado sobre a reforma trabalhista. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, é um dos convidados e também os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vágner Freitas, e o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto.

Segundo informações da Agência Senado, o público poderá fazer perguntas sobre o PLC através do Portal e-Cidadania e do Alô Senado (0800-612211).

Na quarta-feira (17) os presidentes da CTB, Adilson Araújo, e União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, participam da audiência sobre a reforma trabalhista organizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.