O golpe e suas ameaças ao projeto de um Brasil progressista e popular

Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, e Orlando Silva, presidente estadual , participaram da 6ª reunião (ampliada) do Comitê Estadual de São Paulo e do Encontro de Estadual de Estruturação Partidária, realizados na Assembleia Legislativa paulista no sábado (13/05).

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Para Luciana, este momento, pós golpe, é um momento de resistência e de enfrentamento ao Estado de exceção que está sendo implantado no Brasil. “Para além do desmonte do Estado nacional, da retirada de direitos, o que nós estamos vendo é um ataque brutal à democracia, por um governo de vingança e sem limites”, afirma.

Além de resistir, ela considera que é preciso construir saídas para o país, e com isso o Congresso do partido é enriquecido. “Nós estamos tendo a possibilidade, de maneira sistematizada e democrática, de fazer o diagnóstico da situação e ao mesmo tempo discutir saídas para o impasse que estamos vivendo”, esclarece. Luciana aponta que o centro da tática partidária atual é atuar na construção de uma frente ampla para retomar o crescimento econômico, retomar o Estado – que está sendo desmontado –, retomar o papel da Petrobras, do BNDES e barrar as reformas trabalhista e previdenciária.

Citando dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Orlando demonstra os efeitos que a crise política tem tido sobre a economia paulista, com sua tentativa de redução do papel do Estado. A crise tem forte impacto no estado de São Paulo por seu peso e sua participação na economia nacional. “Houve uma forte queda na economia na região industrial do ABC e também na produção das regiões de Guarulhos, Baixada Santista e Campinas. O desemprego na capital é o pior, o mais alto, desde 2005”, afirma.

O pior é que tais perdas recaem sobre os trabalhadores e o povo. “O efeito da crise e do desemprego se reflete no crescimento da violência urbana, principalmente nas periferias das grandes cidades”, constata. Como contraponto à tentativa de desmonte do Estado, Orlando aponta a greve do dia 28 de abril, que significou a retomada da resistência popular a partir dos trabalhadores, afirmando que o PCdoB é parte dessa construção de uma frente ampla que supere o atual impasse.

O Partido da Lava Jato

Luciana fala que o partido da lava jato “é parte do consórcio, do conluio, organizado para tirar a presidenta Dilma do poder. Uma frente ampla de partidos conservadores, da grande mídia, de estamentos do Estado brasileiro e, do poder judiciário, que se juntaram para barrar o projeto nacional e popular”. Porém, ela não deixa de destacar que há muitas contradições nesse grupo, porque quando eles não se baseiam na democracia para fazer a disputa política acabam entrando em contradições insolúveis. “É o que nós estamos vivendo, uma instabilidade política sem precedentes, com corte de crise institucional”, conclui.

Orlando afirma que após atingir o Partido dos Trabalhadores e a esquerda de maneira geral, a Lava Jato começa a atingir também os partidos conservadores que também estão sendo citados. Para ele, o prefeito de São Paulo, João Dória, é um exemplo da necessidade compulsória que os partidos conservadores têm de produzir novas figuras politicas.