Movimentos exigem queda de Temer e saem às ruas por Diretas Já

Logo após vir à tona nesta quarta-feira (17) a delação do dono da Rede JBS, Joesley Batista, com provas envolvendo o pagamento de propina para comprar o silêncio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sob o aval de Michel Temer (PMDB-SP), movimentos sociais denunciam que é insustentável sua permanência frente à Presidência da República, reforçando a importância de convocar eleições diretas imediatas, tendo em vista que o processo indireto seria uma segunda tentativa de golpe no país.

Por Laís Gouveia 

Movimentos exigem queda de Temer e saem às ruas por Diretas Já! - Luiz Carlos Azenha e Daniel Arroyo

A União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou uma nota reforçando a importância da mobilização por novas eleições presidenciais. Segundo diz um trecho da nota, “não há condições para que esse governo permaneça no poder, ferindo de forma ainda mais mortal a democracia. Os estudantes brasileiros querem a renúncia ou impedimento de Temer”.

O comunicado ainda reforça a importância da mobilização social. “Como saída política para a crise, a UNE volta a reforçar o clamor por eleições diretas no Brasil, como forma de resgate da normalidade democrática. Apenas devolvendo o voto popular e o poder ao povo podemos retomar o curso do país e enterrar o pacote de retrocessos promovidos por Michel Temer e seus aliados políticos”, ressalta a entidade.

Mobilização total

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, convoca para manifestações que ocorrerão no próximo domingo, em todo Brasil. “Queremos a queda imediata desse governo golpista e a convocação de Diretas Já, para o povo decidir os rumos do país, Temer já não tinha nenhuma legitimidade e agora não possui nenhuma condição de governar. Não aceitamos eleições indiretas por esse Congresso desmoralizado e nem pelo STF, nós temos que tomar as ruas do Brasil de norte a sul e estamos concentrando forças para realizar grandes atos no próximo domingo (21).”

Camila Lanes, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), diz que ao longo dos seus setenta anos de vida a entidade se manteve ao lado da democracia. “Mais uma vez a Ubes se coloca na luta em direito ao voto aberto, para que o povo eleja o seu presidente, principalmente após essas provas que comprovam a índole desse presidente ilegítimo. Nós lutaremos pelas eleições diretas e pelo Fora Temer, em defesa da democracia, porque os estudantes brasileiros não legitimam um governo que retira verbas da educação, rouba, suborna e tem essas práticas corruptas e totalmente ilegais, ocupando um espaço de poder tão precioso como Presidência da República”, condena a jovem.

Temer não tem moral para ficar no poder

Maria das Neves, membro da executiva nacional da União da Juventude Socialista (UJS), considera que a única saída é a queda do presidente. “Um ano após a deflagração do golpe, estamos vendo sua derrocada. É insustentável Temer continuar no poder. Retiraram do poder uma mulher honesta para colocar um presidente comprovadamente corrupto! Agora é hora de retomar a democracia. Queremos votar para presidente: Diretas Já”, afirma a jovem.

Mariana Venturini, diretora nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), avalia os fatos como gravíssimos. “Demonstram o que a UBM e os movimentos sociais afirmam desde que Temer e sua camarilha deram um golpe de Estado. O mote dos golpistas nunca foi o combate à corrupção, mas o desmonte do Estado nacional e das políticas sociais. Mais do que nunca, a hora é de mobilizar pelo imediato impeachment de Temer e pela convocação de eleições diretas! Só assim restabeleceremos a democracia e a soberania popular no país”, ressalta.

A presidenta da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Ângela Guimarães, também considera como única saída a ruptura com o governo Temer. “Diante das provas incontestáveis do envolvimento de Temer e todo o núcleo do seu governo golpista em toda a sorte de corrupções e propinas, agravadas com a divulgação das gravações na imprensa nacional, além da agenda de destruição do patrimônio nacional e dos direitos históricos da classe trabalhadora, aumenta a revolta do povo brasileiro que exige a imediata saída de Temer, por renúncia ou cassação é urgente convocação das eleições diretas para presidente!”, mobiliza.

Ela afirma que a entidade somará forças na mobilização nacional. “A Unegro se unifica ao sentimento de indignação e revolta do povo brasileiro e não sairá das ruas até que seja restabelecida a democracia com o direito do povo votar para presidente da República”, conclui Ângela.

Temer acuado

Michel Temer passou a manhã desta quinta-feira (18) reunido com a cúpula do governo e ainda não se posicionou publicamente sobre o envolvimento do seu nome com provas explícitas em esquemas de corrupção.