Conselho Federal de Economia pede Fora Temer e Diretas Já

Em nota divulgada nesta terça-feira (30), o Conselho Federal de Economia (Cofecon) repeliu as reformas do governo, como a trabalhista e a previdenciária, defendeu o afastamento de Michel Temer e a realização de eleições diretas, classificando como "passos indispensáveis para a tão desejada retomada do crescimento econômico".

nota Cofecon - Reprodução

Muito embora a OAB tenha se posicionado pelo impeachment de Temer, o órgão não se posiciou ainda sobre o processo de escolha num eventual afastamento de Temer. Já os economistas, novos e graves fatos surgiram nos últimos 10 dias, como a liberação, pela Procuradoria Geral da República, da íntegra da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, em que Temer endossa o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são suficiente para pedir o afastamento e convocar eleições direitas, em respeito à soberania popular..

O Cofecon também cita a entrevista de Temer concedida à Folha de S. Paulo, em que ele reconhece o teor da gravação. O órgão destaca ainda as "Marcha dos 100 mil" em Brasília contra as reformas; os 13 pedidos de impeachment de Temer já impetrados, em especial o da OAB; e o ato com 150 mil manifestantes no Rio de Janeiro pelo impeachment e pelas Diretas Já, que reforçam a posição da entidade.

"Tratam-se de fatos que aprofundaram ainda mais a crise político-institucional, com consequências negativas para o cenário econômico", diz a nota.

"Tanto a permanência de Temer quanto a eleição indireta de um novo presidente manterão a economia brasileira 'na UTI' nos próximos 18 meses, com a retração dos investimentos e a consequente ampliação do desemprego, fomentando a desesperança e ampliando o risco de explosão do 'caldeirão social'", diz o texto.

"Portanto, afastar Temer, sustar a agenda de 'reformas' e realizar eleições diretas são passos indispensáveis para a tão desejada retomada do crescimento econômico", conclui a nota do Cofecon.