IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba foi um sucesso

 Realizada neste sábado (27/05), a IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba alcançou plenamente seus objetivos, mobilizando mais de 100 pessoas, contando com aproximadamente 50 participantes efetivos.

IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba - Iury Duarte Gouveia

 Claudio Machado*

O evento contou com determinante apoio do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo – Sindipetro/ES, que gentilmente cedeu seu aconchegante auditório – por nós batizado de “Espaço Fidel” – para que a convenção pudesse ser realizada. Representando o Sindipetro estiveram presentes Wallace Ouverney da Silva, secretário de formação política e sindical e Priscila Costa Patricio, membro da diretoria.

Foi também de fundamental importância o apoio prestado pela CTB, CUT e  SindEducação/ES.

O Consulado Geral de Cuba em São Paulo esteve representado pelo Cônsul Antonio Mata Salas, que no dia anterior ao evento foi homenageado com um almoço que contou com a participação de duas doutorandas em Política Social pela Universidade Federal do Espírito Santo- UFES, a economista Aline Fae Stocco, mestre em Política Social e pesquisadora sobre Cuba desde 2010; e Naara de Lima Campos, Assistente Social e também mestre em Política Social pela UFES.

Na noite do dia 26 de maio, inauguramos a sede da ACJM/ES, com uma atividade gastronômica e cultural, com muita conversa boa e a degustação de um arroz de polvo da maior qualidade, preparado pelo quiosque JB da Curva Da Jurema.

No dia 27 o cônsul fez a palestra de abertura abordando a questão do bloqueio a Cuba, um embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a partir de outubro de 1960 e que, portanto, completará 57 anos dentro de poucos meses. Abordou também o problema da ocupação de parte do território cubano pelo imperialismo estadunidense, que instalou uma base naval em Guantánamo há mais de um século. A seguir à sua palestra foi projetado um belíssimo e esclarecedor documentário sobre Guantánamo, que permitiu a todos os presentes conhecer em mais detalhes a história e consequências dessa infame ocupação de parte do território de uma nação soberana.

Afonso Magalhães, do Comitê de Defesa da Revolução em Brasília, CDR-Internacionalista, foi convidado como palestrante, abordando a história e a importância do movimento mundial de solidariedade a Cuba e da exitosa revolução cubana para a luta pela emancipação dos povos em todo o mundo.

O diretor da ACJM/ES e um dos participantes da XXII Brigada 1º de Maio de 2017, Helder Mello, relatou sua experiência na participação desse evento mundial, na companhia de Cleber de Souza. Foram 18 dias de intensas atividades laborais, políticas e culturais que permitiram a todos e todas um conhecimento mais profundo da realidade cubana e a luta de seu povo para manter a altivez e a revolução viva e forte, apesar do desumano bloqueio promovido pelos Estados Unidos, das constantes ameaças imperialistas e das mentiras veiculadas pela mídia corporativa mundial.

Também estiveram presentes representantes e membros de diversas entidades do movimento popular e sindical: Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB, Federação Sindical Mundial-FSM, Central Única dos Trabalhadores-CUT, Partido Comunista do Brasil-PCdoB, Partido dos Trabalhadores-PT, Partido Socialista Brasileiro-PSB, Partido Socialismo e Liberdade-PSOL, Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Estivadores e Coletivo R5, do movimento popular de Terra Vermelha.

Fizeram uso da palavra diversas lideranças presentes, que deram uma grande contribuição ao evento, expondo suas experiências que enalteceram a IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba.

Perly Cipriano, dirigente estadual do PT, falou sobre a cultura de solidariedade do povo cubano com os demais povos, citando como exemplo a presença de cidadãos e cidadãs daquele país caribenho em guerras de libertação pelo mundo afora, no apoio à assistência de saúde a diversos países de todos os continentes e na recepção de pacientes para tratamento médico na avançada medicina cubana, citando o próprio exemplo, quando teve a acolhida de Cuba para se tratar de terríveis queimaduras causadas por um acidente automobilístico.

José Adilson Pereira, presidente do Sindicato dos Estivadores do Espírito Santo – SETEMEES, dirigente da CTB e da FSM fez um relato expressando sua admiração por Cuba e a reação positiva de empresários que estiveram junto com ele naquele país em evento ligado a atividades portuárias. Descreveu como estes empresários se espantaram com o contraste entre a imagem que tinham do país através da grande mídia brasileira e a realidade com a qual estavam podendo conviver, constatando um país em que não se via miséria e nem opressão, onde o povo transmitia a leveza e a alegria de quem vive num lugar onde se respira o ar da liberdade.

A advogada Nacibe Cade informou que Vitória, a capital capixaba, quase se tornou cidade irmã de Havana, por intermédio de um projeto de autoria do então vereador Eliézer Albuquerque Tavares, presente à IIª Convenção Capixaba e convidado por Nacibe para falar sobre esse fato. O ex-vereador e dirigente estadual do PT lembrou que elaborou essa proposta, objetivando que Vitória e Havana fossem reconhecidas como cidades irmãs. Mas não conseguiu lograr sua aprovação em seu mandato. Eliézer também relatou sua experiência como estudante em Havana, quando teve a oportunidade de fazer seu mestrado em educação no Instituto Pedagógico Latino-americano e Caribenho – IPLAC.

Juca Alves, ex-deputado estadual e que viveu uma parte de seu exilio em Cuba, relatou sua experiência, ao viver na ilha caribenha por 18 meses, trabalhando em um projeto agropecuário. Juca afirmou que sua convivência com o povo cubano o convenceu de que a revolução é o próprio povo, faz parte da cultura cubana e por isso é tão forte, tão consolidada. Também destacou o espírito solidário impregnado na cultura local e manifestou sua gratidão por ele e parte de sua família terem sido tão bem recebidos pelo governo e pelo povo cubano.

O secretário de formação política e sindical do Sindipetro/ES, Wallace Overney da Silva destacou a importância do sindicato estar apoiando o evento organizado pela Associação Cultural José Martí no Espírito Santo e manifestou seu desejo de que essa parceria possa ser continuada e ampliada.

Max Celio de Carvalho, secretário de formação sindical do Sindimetal saudou os participantes, exaltou a importância de Cuba como referência para a luta de emancipação dos povos do mundo e falou da importância da realização do evento e a necessidade de sua continuidade e desdobramento em outras atividades que possam contribuir com o movimento mundial de solidariedade a Cuba.

Lucilia Soares, diretora da Clipper Turismo, fez um relato de sua participação no 5º Seminário Internacional de Paz e pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras, entre os dias 4 e 6 de maio de 2017, em Guantánamo, Cuba, que tem parte de seu território ocupado por uma base naval dos EUA há mais de um século, contra a vontade expressa do povo cubano e hoje é palco de uma das mais graves violações dos direitos humanos, a penitenciária para onde são levados presos políticos.

O presidente da ACJM/ES, Marluzio Ferreira Dantas, encerrando a etapa política da IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba, falou sobre a XXIII Convenção Nacional, que será realizada em Belo Horizonte, nos dias 15, 16 e 17 de junho, organizada pela Associação Cultural José Martí de Minas Gerais (ACJMMG) e o Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba. Como se destaca na convocatória, essa edição da Convenção nacional é inspirada “nos exemplos de luta e abnegação do Comandante-chefe Fidel Castro Ruz” e presta “homenagens a Ernesto Che Guevara por ocasião do 50º ano de seu assassinato… conscientes de que sobre Cuba ainda se mantém um bloqueio econômico, financeiro e comercial genocida, a base naval em Guantánamo permanece ilegalmente ocupada e subsistem ações subversivas contra o território cubano por parte dos Estados Unidos da América”.

Marluzio destacou ainda a importância da participação do maior número possível de capixabas, informando que aqueles e aquelas que desejarem ir ao evento, podem se cadastrar junto à ACJM/ES, para facilitar o trabalho da organização central da Convenção nacional. Mais informações podem ser solicitadas pelo endereço [email protected]

Em seguida a IIª Convenção Capixaba foi agraciada com apresentações culturais de dança e música. A banda “Homem Lunar”, formada por Helder Mello, Cleber de Souza, Daiane Trindade e com a participação especial de Alex Magnus apresentou um repertório de música popular brasileira e latina, como também criações autorias. A bailarina Sarah Mileip encantou os presentes com uma bela e delicada performance de dança do ventre.

Enquanto assistiam as apresentações uma deliciosa feijoada “socialista” aplacava a fome de todos e todas.

O sucesso da IIª Convenção Capixaba de Solidariedade a Cuba nos obriga a assumir o compromisso de que a próxima precisará ser mais exitosa ainda e desde já tratamos de fortalecer o movimento de solidariedade a Cuba no Espírito Santo, dando continuidade à realização da programação prevista para o ano de 2017, repetindo o que afirma a ACJMMG na convocatória para a XXIIIª Convenção Nacional, quando diz que “torna-se cada vez mais evidente a necessidade de fortalecer a unidade entre nossos povos em defesa da soberania e autodeterminação. Sob a palavra de ordem ‘Nenhum Direito a Menos’ urge nos engajarmos as forças democráticas e populares, os partidos, os movimentos sociais e sindicais brasileiros, reafirmando nossas bandeiras de solidariedade e amizade a Cuba socialista”.

Nenhum povo é dono do seu destino se antes não é dono de sua cultura (José Martí).