Daniel Almeida: As reformas perdem fôlego, mas a luta não pode parar

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), que integrou a Comissão Especial de Reforma Trabalhista da Câmara dos Deputados, avalia que as meteóricas tramitações das reformas trabalhista e previdenciária, em curso no Congresso Nacional, perderam fôlego com a crise enfrentada pelo governo de Michel Temer. No entanto, o deputado baiano, que é contrário às duas propostas, pede que as mobilizações sejam intensificadas porque os parlamentares da base insistem nas matérias.

Daniel Almeida

Para Daniel, a reforma previdenciária, por toda resistência popular, é a mais enfraquecida. “Acho que, nas condições atuais, a reforma da previdência não tem condições de passar. Ela ganhou mais força no debate popular, das ruas, dos setores organizados da sociedade, e ficou muito claro os danos que a reforma da previdência provoca para a nação, para os trabalhadores, para o nosso povo”, afirma.

Apesar das previsões de dificuldades na tramitação da reforma da previdência, a expectativa para a trabalhista não é a mesma, segundo o parlamentar baiano. Ele explica que todo o processo de debates em torno das alterações no sistema da previdência não aconteceu da mesma forma para a trabalhista, mesmo as consequências para a sociedade sendo tão danosas quanto.

“É preciso conter a reforma trabalhista, cujos impactos ainda não foram compreendidos. Não se adquiriu o mesmo grau de compreensão dos seus danos. Foi um relatório apresentado e votado em menos de 15 dias, com uma profunda mudança da estrutura trabalhista. Como ela depende de um quórum menor, um menor número de votos para ser aprovada, foi aprovada na Câmara e tem alguma possibilidade de ser aprovada no Senado”, explica.

Greve Geral

Daniel Almeida, que é ex-dirigente sindical, acredita que as mobilizações populares são essenciais neste momento para continuar com a batalha da resistência e acabar, de vez, com as propostas de reforma. Ele conclama os trabalhadores e trabalhadoras a se engajarem no processo de construção da segunda Greve Geral, marcada para o dia 30 de junho.

“A greve do dia 30 é extremamente necessária. É urgente que as pessoas compreendam o papel que ela vai desempenhar porque pode acontecer no momento em que as reformas estejam sendo votadas. Ela será decisiva, um divisor de águas”, defendeu Daniel.

A Greve Geral do dia 30 pretende tornar a parar o Brasil, como aconteceu na última, no dia 28 de abril. Em Salvador, a previsão é de paralisação das atividades por 24h e da realização de uma passeata pelas ruas do Centro, com concentração no Campo Grande, às 15h.