Associação se surpreende com bloqueio de bens de funcionários do BNDES

 Por meio de nota, a Associação dos Funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (AFBNDES) se disse surpresa com o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) avalie a possibilidade de decretar a indisponibilidade de bens dos responsáveis pelas operações da JBS com o BNDES. 

BNDES

 “Tanto o BNDES quanto seus funcionários por nós representados já comprovaram tecnicamente, em diversas frentes e momentos, que não houve dano ao erário, qualquer tipo de irregularidade ou favorecimento nas operações objeto de investigação por parte de seu corpo técnico”, diz a associação dos funcionários do BNDES.

Além disso, a AFBNDES afirma que deve ser esclarecida que qualquer suspeita levantada “decorre de iniciativas praticadas por empresários e agentes públicos que não integram o quadro de empregados” do banco.
A entidade diz ainda que as operações com a empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista seguiram os trâmites do BNDES, lembrando que as negociações feitas entre os anos de 2005 e 2009 foram considerados regulares em manifestação do TCU.

Bloqueio de bens

Na manhã de ontem (21), a Justiça vetou o desbloqueio de bens da JBS que já foram negociados com a Minerva por cerca de R$ 1 bilhão. A decisão do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília, impediu a venda das operações de carne bovina do JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai.

A empresa, que anunciou nesta semana um plano de venda de ativos de R$ 6 bilhões (que não inclui a alienação dos negócios no Mercosul), afirmou que ela e seus acionistas estão sendo vítimas de “retaliação”.

AGU

Na tarde da quarta-feira, a Advocacia-Geral da União entrou com uma manifestação no Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando o bloqueio de bens da JBS e de seus responsáveis. O objetivo seria garantir um futuro ressarcimento de prejuízos, estimados em cerca de R$ 850 milhões. O tribunal disse que deve avaliar o pedido nos próximos dias.

Depois, a AGU divulgou nota afirmando que a medida contra a empresa não coloca os funcionários do BNDES em suspeição, dizendo que o objetivo da manifestação é “pedir informações sobre processo aberto pela própria Corte de Contas para apurar supostas irregularidades cometidas pela JBS S/A em contratos junto ao BNDES”.

“A solicitação de bloqueio de bens é medida preventiva para garantir o ressarcimento ao erário, caso irregularidades sejam constatadas", argumentou a AGU.