Em resposta a jovens, Doria diz que privatizações vão continuar em SP

Prefeito foi alvo de protesto do Levante Popular da Juventude contra desmonte de políticas públicas na cidade

Prefeito de São Paulo. João Doria - Reprodução Facebook

“Teremos cada vez menos espaço para ‘petralhistas’ que querem ganhar dinheiro sem trabalhar”. Essa foi a resposta do prefeito de São Paulo, João Doria, ao protesto do Levante Popular da Juventude, realizado na manhã deste sábado (15), em frente à casa dele. Os jovens, que pediam a revisão dos cortes ocorridos no passe livre estudantil e o fim da política de privatização, receberam a mensagem radicalizada por parte do gestor que ocupa a Prefeitura.

Em um vídeo publicado em seu Facebook, Doria diz que a casa dele “foi cercada por manifestantes petistas e pessoas do MTST e outros movimentos de esquerda, ameaçando, intimidando e pichando a minha casa”.

A declaração do prefeito, no entanto, não encontra respaldo na realidade, diz Nataly Santiago, porta-voz do Levante. Ela aponta dois equívocos na fala do prefeito: “o primeiro é que ele, mesmo tendo um monte de bandeiras do Levante, diz que o ato foi do PT e do MTST, que não participaram da ação e que não têm nenhuma relação com o movimento. E o outro é que ele fala de agressão. Se tivesse ocorrido isso, ele teria vídeos para mostrar, mas não tem”.

Veja um dos momentos do protesto:

Santiago fez questão de ressaltar o caráter pacífico da ação do movimento popular, que tinha jovens “cantando e dançando sem qualquer ameaça ou intimidação”. “Fizemos uma intervenção teatral, com uma pessoa fantasiada de Doria, fazendo uma feira livre. Fizemos questão de registrar tudo com vídeos ao vivo”, complementa.

Por fim, ela destaca que a única agressão ocorrida no protesto partiu da guarda municipal: “Eles que fizeram a agressão quando estávamos indo embora. De forma agressiva e violenta, foram para cima da gente”.

Veja o momento da ação da GCM:

Doria, no entanto, disse que a ação de hoje não vai intimidá-lo e que “vamos continuar com as ações que estão sendo feitas, principalmente de desestatização”

Repressão

Um manifestante, que não teve o nome divulgado, foi indiciado por pichação, na Lei de Crime Ambiental. A pena prevê até dois anos de detenção.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, o jovem teria sido identificado por policiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que alegaram, no momento da prisão, que o manifestante havia sido gravado pelas câmeras de vigilância da residência do prefeito.

Após deixar a delegacia, o jovem fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e denunciou ter sofrido agressão policial: