As Filhas de Lilith: Por igualdade de direitos e a liberdade do corpo 

“Um grito feminista e não dogmático” é como define Cida Pedrosa seu livro As Filhas de Lilith cuja segunda edição será lançada nesta quarta-feira (19), no Recife, oito anos depois do lançamento original. “É um livro que nunca terminou e não termina, feito de muitas mãos, o que me deixa muito alegre, mas que mostra que muitos assuntos de que o livro trata não estão perto de ser resolvidos”, avalia a escritora e poetisa pernambucana.

As Filhas de Lilith: Pela igualdade de direitos e a liberdade do corpo - Divulgação

Além dos 26 personagens-poemas, que retratam a vastidão do universo feminino de A a Z, e reforçam a temática de gênero, uma das maiores bandeiras de luta de Cida Pedrosa, a segunda edição vem enriquecida pelo DVD “Olhares de Lilith” coletânea de 26 vídeo-poemas produzida em 2011 por 25 mulheres, com base nos textos de Cida e sob a coordenação das cineastas Tuca Siqueira e Alice Gouveia.

“Foi, na época, uma espécie de mapeamento das cineastas mulheres de Pernambuco, com 25 diretoras – algumas ainda ficaram de fora. Hoje acredito que temos muito mais cineastas do que em 2009”, conta Cida. “Lilith é uma espécie de marco. Ele fala do erotismo do ponto de vista da mulher, da violência machista. Isso se juntou a toda uma poética existencial minha de luta pela literatura e fez o livro bombar”, afirma a escritora.

A nova edição de As Filhas de Lilith sai pela editora Claranan, de propriedade de Cida e do seu marido Sennor Ramos, financiada com recursos próprios. O livro tem ilustrações da artista plástica Tereza Costa Rêgo, design de Jaíne Cintra e introdução da própria autora.

“Nas primeiras páginas apresento a obra contando minha trajetória literária e reforço o feminismo como meu norte: “É nesse compasso que o livro vem sendo construído e desconstruído, a muitas e diferentes mãos, talvez por ser um rasgão na moral estabelecida, talvez por ser um grito feminista e não dogmático, talvez apenas por ser sobre mulheres e seus paraísos e infernos pessoais, ou ainda, talvez, por ser para mim, o fogo ancestral que me consome”, diz Cida.

“Lilith foi bem aceito pelas mulheres, mas algumas feministas mais dogmáticas não gostaram, diziam que eu só discuto a liberdade do corpo, e não o restante dos temas do feminismo. Eu acho que o feminismo tem uma questão de classe, tem uma questão emancipatória, e nunca pensei que é só libertar do ponto de vista cultural e do corpo que tudo seria resolvido. Acredito que Lilith fala de forma escancarada tanto sobre a igualdade de direitos como da liberdade para o corpo e as atitudes”, explica a autora.

A festa de lançamento acontece a partir das 18h, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), com recital com Mariane Bigio, Renata Santana, Silvana Menezes e Susana Morais.

Serviço:
Lançamento da segunda edição do livro As Filhas de Lilith, de Cida Pedrosa.
Data: 19 de julho de 2017 – a partir das 18h.
Local: Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) – Rua da Aurora,265, Boa Vista, Recife.

Assista três vídeos-poemas por Alice Gouveia. Clique nos links.

Elisa
https://www.youtube.com/watch?v=yddQK1abJ6c
Quilma
https://www.youtube.com/watch?v=aEf4FPzLr2A
Tereza
https://www.youtube.com/watch?v=x3QbLeDRoLk

Audicéa Rodrigues, com informações da autora e do Jornal do Commercio
Do Recife