Jô Moraes diz que moção contra Venezuela não ajuda a encontrar a paz

A deputada federal Jô Moraes criticou a moção de repúdio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aprovada na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Para a paramentar comunista, a moção é eivada de informações falsas e “não ajuda o povo venezuelano a encontrar seus caminhos de entendimento e de paz”.

Jô Moraes defende aprovação de cota para mulheres - Richard Silva/PCdoB na Câmara

Nesta quarta-feira (23), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovou moção de repúdio a ser encaminhada ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Ex-presidenta do colegiado, a deputada Jô Moraes votou contra o documento. “Esta moção não ajuda o povo venezuelano a encontrar seus caminhos de entendimento e de paz. Ela fere e afronta o artigo 4º da Constituição brasileira, que em seu inciso 4º defende a não intervenção na soberania dos povos. E esta moção, em sua fundamentação, é eivada de informações que se comprovaram falsas, estimuladas por uma mídia que internacionalmente é orientada pela pressão das correntes americanas que querem dominar a riqueza do petróleo”, avalia a parlamentar.

A moção contra o governo da República Bolivariana da Venezuela foi justificada pela suposta quebra da ordem democrática naquele país, a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte, a destituição da procuradora-geral, Luisa Ortega, e a prisão de opositores políticos, bem como a cassação de mandatos eletivos de membros da Assembleia Nacional. O texto é de iniciativa do deputado Benito Gama (PTB-BA) e subscrito pelo deputado Pastor Eurico (PHS-PE).

Jô Moraes afirmou que a iniciativa pode trazer ainda mais prejuízos ao povo venezuelano. “Há uma crise econômica, a crise da exploração da riqueza que eles têm que é o petróleo e que contamina as discussões, e ainda há uma disputa política desigual em pressões internacionais sobre parte de sua oposição.” Segundo a deputada, “uma parte da oposição venezuelana é consequente e séria, busca caminhos constitucionais do voto popular. A outra é acintosamente agressiva, criando ações paramilitares”.