Trabalhadores da Eletronorte: Estado de greve contra privatização

Em defesa das empresas estatais do Setor Elétrico, os trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte, lotados em Brasília, aprovaram nesta quinta-feira (24) estado de greve. Com a decisão, a categoria a qualquer momento poderá paralisar as atividades.

Trabalhadores da Eletronorte aprovam estado de greve contra privatização da Eletrobras - Reprodução Site Sindicato dos Urbanitários no DF

Na ocasião, os eletricitários deliberaram também pela aprovação de uma taxa extra de fortalecimento sindical para os próximos seis meses. O objetivo é destinar o recurso arrecadado para a campanha nacional em defesa das estatais do setor elétrico que será lançada no dia 12 de setembro, na Câmara dos Deputados.

A campanha está sendo construída pelas entidades sindicais que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários e apoiada pela Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro.

Para o dirigente do STIU-DF, Ikaro Chaves, a privatização, que antes era ameaça, se tornou real. “As empresas serão pulverizadas e os trabalhadores serão todos demitidos”, alertou. Ele ressaltou que a entrega das estatais à iniciativa privada impactará diretamente na tarifa de energia residencial e da pequena indústria. Além disso, provocará uma quebra na soberania nacional e segurança energética.

Aposentado pela Eletronorte e ex-dirigente sindical, Emídio da Costa Neto, lembrou aos eletricitários da luta realizada pela categoria na década de 90, quando se iniciou o processo de privatização das empresas do setor elétrico brasileiro. “Naquele momento realizamos uma greve de 30 dias, e todos os trabalhadores estavam unidos para defender a nossa empresa. É o que precisamos para este novo ataque: unidade e coragem”.

O ex-dirigente destacou ainda que a medida proposta pelo atual governo interfere, radicalmente, na Caixa de Assistência E-Vida, responsável pela gestão do plano de saúde e no Previnorte,fundo de pensão da categoria.

O diretor de engenharia da CEB, Mauro Martinelli, enfatizou que toda empresa estatal é viável desde que administrada com seriedade. “É o maior absurdo privatizar, ainda mais uma empresa como a Eletrobras, uma das maiores geradoras de energia do planeta. Um governo sério não abre mão de uma empresa como a Eletrobras”, disse.