Para evitar protestos, Temer impõe censura no desfile de 7 de Setembro

Michel Temer participou nesta quinta-feira da cerimônia do desfile do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios. Acompanhado de Marcela Temer e do filho, Michelzinho, Temer dispensou o Rolls Royce conversível, como é tradicional, e veio em carro fechado, subindo ao palanque para assistir o desfile acompanhado de vários ministros e parlamentares.

Temer desfile 7 de setembro - Beto Barata/PR

Para evitar os protestos, assim como no ano passado, Temer optou por não usar o carro aberto e a faixa presidencial. Além disso, Temer montou um forte esquema de censura, impedindo que pessoas portando cartazes, faixas ou qualquer outro tipo de papel que pedisse o Fora Temer. Em 2016, Temer foi vaiado e ouviu palavras de ordem como "Fora, Temer" e "golpista".

A censura na segurança reduziu o número de pessoas na arquibancada. Segundo o Planalto, cerca de 25 mil a 30 mil pessoas eram esperadas na Esplanada, mas as arquibancadas não lotaram.

Temer também aumentou a distancia do palanque da tribuna de honra das autoridades das arquibancadas populares. Exatamente em frente ao palanque onde está o presidente Temer foi instalado um palanque de seguranças.
Fora do cerco

Enquanto Temer se cercou de seguranças, manifestantes saíram de frente do Museu da República em direção ao Congresso Nacional para protestar contra o governo. A manifestação é parte dos atos do Grito dos Excluídos, organizado pelas pastorais da igreja católica e por movimentos sociais.

"Fora rato Temer" e "Fora Temer, golpista", eram as frases de cartazes e faixas empunhado por manifestantes, além de cartazes contra a privatização da Eletrobras.

"Neste dia de independência, queremos mostrar que a verdadeira independência é aquela em que o País inclui todos e todas", disse Eduardo Luiz Zen, um dos coordenadores do movimento. "Queremos mostrar que o povo não reconhece o governo Temer", disse.