Bolsonaro é condenado por discriminar comunidades quilombolas

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado a pagar R$ 50 mil por danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra em geral. Isso porque, em abril deste ano, o parlamentar fez uso de expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias com o “claro propósito de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades quilombolas e a população negra” durante palestra realizada no Rio de Janeiro.

bolsonaro hebraica - Reprodução da Internet

A ação, movida pelo Ministério Público Federal do Rio, resultou numa indenização que será revertida para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos. Bolsonaro ainda pode recorrer da sentença.

No Clube Hebraica, onde realizou a palestra, Bolsonaro afirmou, por exemplo, que visitou uma comunidade quilombola e “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. Ainda citando a visita, disse também: “não fazem nada, eu acho que nem pra procriar servem mais”.

Para os procuradores da República Ana Padilha e Renato Machado, as afirmações “desumanizam as pessoas negras, retirando-lhes a honra e a dignidade ao associá-las à condição de animal”.

Na sentença, publicada nesta segunda-feira (2), a juíza Frana Elizabeth Mendes, da 26ª Vara Federal do Rio de Janeiro, afirma que está “evidenciada a total inadequação da postura e conduta praticada pelo réu, infelizmente, usual, a qual ataca toda a coletividade e não só o grupo dos quilombolas e população negra em geral”.