Brasil tem muitos desafios ambientais, apontam senadores na COP 23

Em sua 23ª edição, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 23), realizada em Bonn, na Alemanha, se depara com grandes desafios. Nas declarações de um dos secretários-gerais das Nações Unidas, Peteeri Taalas, 2017 pode ser considerado um dos anos mais quentes da história, marcado também por secas como as do Brasil e furacões nos Estados Unidos.

Senadores COP 23 - Reprodução da Internet

O Brasil, apesar de protagonista nas negociações internacionais quando o assunto é meio ambiente, leva para a COP uma redução do desmatamento de 16%, mas ainda registra altos índices de derrubada de matas nativas: mais de seis mil quilômetros quadrados. Somando-se a isso, o país viu seu índice de poluição aumentar e as emissões de gases de efeito estufa crescerem em 9%. É o sétimo país que mais polui a camada de ozônio e o primeiro da América Latina.

Para o presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, senador Jorge Viana (PT-AC), a diminuição do desmatamento é positiva, mas ainda há grandes desafios a serem vencidos pelo país.

“Foi muito importante a gente parar um ciclo de desmatamento que vinha ocorrendo há quatro anos. Essa redução de 16% foi importante. Teve o esforço dos estados e, claro, é inaceitável que a gente tenha o crescimento do desmatamento na Amazônia brasileira. Mas os desafios do Brasil são enormes: tem redução no orçamento para combate ao desmatamento, tem redução do orçamento para dar suporte às políticas de ciência e tecnologia nas universidades. Isso é um verdadeiro desastre”, disse.

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que também compõe o grupo de parlamentares brasileiros na COP 23, é preciso recompor o orçamento do Brasil na área de preservação ambiental.

“O orçamento foi completamente destruído, sobretudo com a aprovação da Emenda Constitucional que limita os gastos públicos. Mesmo que o ministro tenha dito que conseguiu recompor o orçamento da Pasta, a limitação estabelecida na lei, vai minar a ação do Estado brasileiro na área ambiental”, criticou.

Este ano, a COP é presidida por Fiji, um país insular da Oceania, que corre o risco de sumir do mapa caso o nível do mar aumente com o aquecimento global.