Trabalhadores do Carrefour em estado de greve às vésperas do Natal

Na assembleia dos funcionários cariocas do Carrefour realizada nesta segunda-feira (18), no Sindicato dos Comerciários do Rio, foi discutida e aprovada a pauta de reivindicações que será apresentada à rede multinacional de hipermercados e a instalação do estado de greve. Com isso, a paralisação poderá ser deflagrada a qualquer momento caso o Carrefour não atenda às demandas ou continue com as ameaças e retaliações aos funcionários que participam do movimento.

greve carrefour - Wellington Santos / Comerciários

O próximo passo é a apresentação da pauta à empresa pela direção do sindicato com mediação da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE). A audiência está marcada para a próxima quinta-feira (21). Dois trabalhadores foram eleitos pelos colegas durante a assembleia para acompanhar as negociações.

“Somos vitoriosos porque já conseguimos nos unir para dar um passo adiante. Temos um sindicato disposto a lutar por nós. Vamos continuar firmes e acumular forças. Agora estamos em estado de greve. As paralisações poderão ocorrer a qualquer momento, mesmo agora antes do Natal, caso a empresa continue nos ameaçando”, comentou um funcionário que não quis se identificar temendo represália.

Após a vitória do movimento grevista no Mundial, o Sindicato foi procurado por uma comissão de trabalhadores do Carrefour, que relatou a insatisfação e disposição de luta dos funcionários da rede. Além do fim do adicional de 100% nos feriados, a comissão relatou uma série de outros problemas.

Quando os trabalhadores acionaram o sindicato, a empresa anunciou que pagaria o adicional aos funcionários referente aos últimos feriados trabalhados. Como não se comprometeu, no entanto, em pagar o mesmo nos próximos feriados, a mobilização dos funcionários se intensificou. O Carrefour então apelou para a estratégia do medo, promoveu demissões alegando “corte de despesas” e distribuiu ameaças por meio dos seus gerentes.

Os trabalhadores não se intimidaram e prometem levar o movimento às últimas consequências. “Lá na França eles estão gozando os milhões que nós levantamos aqui. Quem tem pena do patrão pra sempre vai lamber o chão. Estamos de pé, firmes e dispostos a levar essa luta até o fim”, comentou outra vendedora.

Os trabalhadores do Carrefour exigem, dentre outras reivindicações:

• Adicional de 100% sobre as horas trabalhadas nos feriados;
• Adicional de 100% sobre as horas trabalhadas aos domingos;
• Reintegração dos demitidos em função da participação no movimento;
• Ajuste nos contratos e carteiras de trabalho para correto enquadramento das funções conforme o Código Brasileiro de Ocupações (CBO);
• Garantia de 15 minutos de intervalo para lanche, de forma a garantir que os trabalhadores não fiquem por mais de 6 horas sem alimentação;
• Garantia das folgas adicionais pelo trabalho nos feriados;
• Fim do desvio de função;
• Fim do assédio moral;
• Melhoria da alimentação fornecida nas lojas;
• Recomposição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
• Recomposição dos percentuais das comissões dos vendedores.