Com PIB pífio, Temer vai a Fórum Econômico de Davos 

O presidente Michel Temer confirmou sua viagem ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que acontecerá entre 23 e 26 de janeiro. A não participação do emedebista chegou a ser cogitada quando foi internado na semana passada devido a uma infecção urinária.

Temer - Reprodução da Internet

Temer deverá fazer um discurso no dia 24 sobre a situação econômica do Brasil para empresários. Segundo o Estadão, fontes em Genebra apontam que os empresários querem saber o que o governo brasileiro está fazendo, exatamente, para o Brasil retomar o crescimento econômico.

Nesta quinta-feira (11) o agência de classificação de riscos Standard & Poor’s rebaixou a nota do Brasil, de BB para BB-, ainda dentro do espectro do grau especulativo e três abaixo grau de investimento seguro argumentando que a gestão Temer "fez progressos menores que o esperado".

Como Temer não tem vice-presidente, quem irá assumir o comando do país enquanto estiver no exterior será o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM). O Planalto ainda não anunciou quem irá compor a comitiva para Davos, mas provavelmente incluirá o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também viajará para Davos, justificado oficialmente porque São Paulo foi escolhida para receber nos próximos meses as reuniões regionais do Fórum Econômico de Davos América Latina.

A última vez em que um presidente brasileiro participou do encontro foi em 2014, com Dilma Rousseff. Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi convidado para realizar três palestras em Davos.

Trump e protestos

O Fórum reúne tradicionalmente as principais autoridades empresariais e políticas do mundo, não poderia faltar, portanto, o líder do governo dos Estados Unidos. Segundo informações da Folha, a visita confirmada de Donald Trump está animando a indústria do turismo local que não está preocupada com os possíveis protestos. Os empresários do setor hoteleiro entendem que só alguém como Trump é capaz de atrair mais holofotes, aumentando o interesse de turistas.

Há expectiva também sobre como os demais líderes vão se comportar com a presença de Trump, considerando que o Fórum de Davos se formou como um encontro de apoiadores da globalização e do livre mercado, criticados seguidamente por Trump como injustos à economia dos EUA.

O presidente norte-americano também deixou o Acordo de Paris, considerado o mais importante contra as mudanças climáticas realizado até hoje, e a Suíça é um dos países que apoiaram o acordo climático global.

Uma petição online que começou a circular desde quarta-feira (10) contra a visita de Trump já conseguiu a adesão de dez mil assinaturas e pode indicar que haverá uma onda de protestos violentos semelhantes as que ocorreram na década de 2000.

Na ocasião as manifestações foram diretamente direcionadas contra a força do capital globalizado, representado no Fórum de Davos, contra as economias locais. Moradores da cidade suíça, entretanto, afirmam não estarem preocupados confiando na segurança que será reforçada com até 5 mil soldados e mil policiais.