Metroviários de São Paulo podem parar nesta quinta

Os metroviários de São Paulo realizam assembleia a partir das 18h30 de hoje (17), na sede do sindicato da categoria, na zona leste, e podem aprovar paralisação de 24 horas nesta quinta-feira. Este é o indicativo, lembra o coordenador da entidade Wagner Fajardo. A possível greve é contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, cujo leilão está marcado para sexta-feira, na Bolsa de Valores.

Fajardo, presidente do sindicato dos metroviários (Reprodução do facebook) - Reprodução facebook

Em entrevista à Rádio Eldorado, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou que será organizado um esquema de contingência para amenizar os efeitos da paralisação. Ele contestou afirmação do Sindicato dos Metroviários de que a licitação é direcionada e irá favorecer a CCR. "A gente não pode deixar que uma empresa que nunca operou um sistema de trem venha a operar, porque corremos um risco sério. Ao assumir duas concessões, a empresa vai transportar 1 milhão de passageiros por dia. Acreditamos que vai ter concorrência", afirmou.

"Não duvidamos que tenha concorrência. O que duvidamos é que a concorrência tenha efeito", reagiu Fajardo. "Todos os indícios técnicos são nesse sentido", acrescentou, apontando consequências do processo de privatização.

"A principal consequência a gente já está vendo, que é o aumento da tarifa", afirma. Ele lembra que a CCR já recebe, na Linha 4, um valor superior ao da passagem. "Esse modelo vai ter de ser ajustado ao longo do tempo. Alguém vai pagar por isso. Provavelmente será o usuário."

Além disso, ele afirma que comprovadamente o nível de falhas na Linha 4 é maior que o das administradas pela Companhia do Metropolitano (Metrô). Há outros problemas, como reclamações de portadores de deficiência sobre dificuldade de acesso nas estações e menor número de funcionários para atendimento.

Ontem, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) atendeu parcialmente a um pedido do Metrô e concedeu liminar fixando contingentes mínimos de funcionamento em caso de greve amanhã.