Neymar, um E.T. no futebol francês

Neymar é um E.T. com poderes acima do normal neste Campeonato Francês. A cada partida vencida, mesmo com direito a show, demonstra vontade de voltar para o planeta de onde caiu.

Neymar PSG

Juiz apita o fim de jogo no Parque dos Príncipes em Paris nesta quarta-feira (18) de inverno na Europa. No led do placar iluminado está bem visível: PSG 8 x 0 Dijon. Enquanto jogadores dos dois times se confraternizam, um E.T. caminha sereno no gramado até alcançar o árbitro da partida. Duas palavras depois, recebe das mãos de vossa senhoria a bola do jogo. Era Neymar. Pega a bola, dá uns soquinhos na redonda, picando na grama gelada, e a leva embora para o vestiário e dali para sua mansão. Foi seu último ato na partida em que fez quatro gols, isso mesmo, quatro gols, deu duas assistências e desfilou seu futebol de excelência diante de uma plateia embasbacada.

Desde os primeiros minutos desse jogo, se percebia que a noite seria de Neymar. E sem muito esforço. A diferença técnica dele para os outros era abissal. Aliás tem sido assim nesse Campeonato Francês, um solo do PSG e um recital atrás do outro do craque brasileiro. Neymar sobra.

A maioria de seus gols tem sempre um requinte de crueldade com os adversários. Em 23 partidas, já coleciona 24 gols e 15 assistências. Mais que uma penca de bolas nas redes, chama atenção tamanho desperdício que é ver Neymar na Liga Francesa, um campeonato de nível técnico abaixo dos outros de primeira linha como o Inglês, Alemão e Espanhol.

Não por acaso, o craque faz o que bem entende em campo. Não há menor disciplina. Há sim uma hierarquia que ele faz questão de ser respeitada, mesmo a contragosto de alguns companheiros de time e de boa parte da torcida do PSG. Até por isso tem despertado inconformismo entre torcedores.

Show e vaias

Na esmagadora goleada contra o Dijon, Neymar se viu alvo de vaias da torcida porque não deixou Cavani bater o pênalti nos minutos finais da partida. Cavani, recordista de gols do PSG ao lado de Ibraimhovic com 156 tentos marcados, poderia assumir a artilharia isolada da história do clube se tivesse a chance de bater o pênalti. Neymar não deixou. Bateu. Fez seu quarto gol no jogo e fechou o placar em 8 a 0.

Ao sair do campo com a bola presenteada pelo árbitro, recebeu um pequeno troféu por ter sido eleito o melhor da partida. Pegou o troféu e o entregou com desdém a um funcionário do PSG antes de se afundar nos vestiários com a bola debaixo do braço.

Neymar é um E.T. com poderes acima do normal neste Campeonato Francês. A cada partida vencida, mesmo com direito a show, demonstra vontade de voltar para o planeta de onde caiu.